segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Procurado (Wanted) – Dir. Timur Bekmambetov –James MacAvoy, Morgan Freeman, Angelina Jolie - 2008


 Wesley trabalha numa firma de contabilidade, fazendo um trabalho que odeia, é perseguido por sua chefe, mora num apartamento horrível com uma namorada que o trai com seu melhor amigo. Até que é abordado por Fox, uma assassina pertencente a uma fraternidade milenar da qual ela diz que o desaparecido pai de Wesley fazia parte. Ele, então, passa a ser treinado para perseguir o assassino de seu pai.

O filme, baseado na história em quadrinhos de Mark Millar, entra na categoria daqueles thrillers de ação que não se preocupam em explicar o por quê dos absurdos que ocorrem em sua história, como balas fazendo curvas e banhos de cera que recuperam feridas de tiro em horas, mas prima pelas sequências de ação extremamente bem realizadas e repletas de efeitos especiais da melhor qualidade. O filme ainda conta com a Angelina Jolie desempenhando o papel de assassina misteriosa, meio Lara Croft meio Sra. Smith, e com competente Morgan Freeman no papel de líder da fraternidade. Segue-se se então uma narrativa rápida e sem muita complicação, permeada por tiroteios e pancadaria, com os protagonistas vivendo em sua própria realidade, onde nós, mortais comuns e pagadores de impostos, não fazemos muita diferença vivos ou mortos, como a sequência do tiroteio no trem deixa claro.  Mas no final, a título de diversão, vale o ingresso, (ou a locação, no caso), para quem gosta do gênero.

 

O Amor Não Tira Férias (The Holiday) – Dir. Nancy Meyers – Cameron Diaz, Kate Winslet, Jack Black, Jude Law – 2006




Uma jornalista inglesa e uma produtora de cinema americana, ambas com problemas amorosos, se conhecem por meio de um website que organiza troca de casas por temporada, e decidem tirar ferias, uma na casa da outra, durante o natal, como forma de esquecer seus respectivos desencantos românticos.

O filme segue a fórmula romântica dos demais filmes da diretora (Alguém Tem Que Ceder e Do Que as Mulheres Gostam), fazendo um filme leve, romântico, sem muito drama, e com alguma comédia, sendo uma opção para quem não quer nada muito profundo, e gosta daqueles filmes em que a gente sempre tem certeza de que tudo vai acabar bem. Talvez por isso, se torne um pouco previsível na sua conclusão. Um grande mérito do filme é a participação do veterano Eli Wallach, na época com 91 anos, que teve sua melhor atuação em Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and The Ugly), de 1967, dirigido por Sergio Leone, ao lado de Clit Eastwood e Lee Van Cleef, e nesta história interpreta um antigo roteirista de Hollywood que faz amizade com Íris, vivida por Kate Winslet, durante sua estadia em Los Angeles. Dentro de sua proposta, o filme até que convence.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Hulk - Dir. Luis Leterrier – Com: Edward Norton, Liv Tyler, William Hurt, Tim Roth – 2008


O filme conta a história do cientista Bruce Banner, que após um acidente com radiação gamma, quando fica irritado, transforma-se em um ser gigante e descontrolado chamado Hulk, e passa a ser caçado pelo exército americano, que vê nele uma possibilidade de criar um exército de supersoldados.

O diretor Luis Leterrier conseguiu formar um excelente elenco para uma segunda tentativa trazer de volta as telas o personagem da Marvel Comics que ficou famoso no final dos anos 7o, na série de Tv onde o monstro era interpretado pelo bodybuilder Lou Ferrigno, e o Dr. Banner por Bill Bixby, já que a versão dirigida por Ang Lee em 2003 não agradou muito. O histórico de Leterrier não é dos melhores, tendo assinado o péssimo Carga Explosiva 2 e o meia-boca Cão de Briga, ambos no gênero tiros e pancadaria. O filme começa com o Dr Banner, interpretado por Norton, que nos faz esquecer completamente do apático Banner de 2003, vivido por Eric Bana, vivendo escondido na Rocinha, no Rio de Janeiro, onde trabalha numa fábrica de refrigerantes e tem aulas de Jiu Jitsu com o Rickson Gracie (!!!), até ser encontrado pelos americanos, que o perseguem pela favela numa espécie de Caveirão do Bope. O filme se passa em torno da busca do fugitivo, pelo General Ross (Hurt), que é auxiliado pelo soldado Blonsky, interpretado pelo excelente e sub-valorizado Tim Roth. O interessante dessa versão em relação à anterior, é o caráter mais sombrio e descontrolado que cerca o personagem principal, a lá Dr. Jeckill e Mr. Hide. Apesar disso, a história não é das mais complexas, mas é sustentada pelas cenas de ação com a qualidade “Hollywoodiana” de sempre. O resultado final é melhor que o atingido por Ang Lee, graças a uma trama mais elaborada, e ao elenco de qualidade. Os fãs do personagem não terão muito do que reclamar, pois o filme convence e até que é bem fiel ao personagem dos quadrinhos. Vale ressaltar a divertida aparição de Stan Lee, criador da Marvel, e Lou Ferrigno, o primeiro e único Hulk de carne-e-osso, durante o filme, e uma ponta feita por um personagem, bem no final, que gerará expectativas nos fãs da Marvel Comics.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Dia em Que a Terra Parou – Dir. Scott Derrikson – Com: Keanu Reeves, Jennifer Connely – 2008


Refilmagem do clássico de Robert Wise, de 1951, a partir do conto de Harry Bates, conta a história de um alienígena que vem à Terra para alertar a população sobre os males das guerras e da destruição do meio-ambiente.

 

O remake da obra de Wise dos anos 50 adquire um tom bem atual nas mãos de Scott Derrikson, (O Exorsismo de Emily Rose), pois nessa versão a questão da destruição do planeta tem uma relação direta com o meio-ambiente, partindo da premissa de que a Terra não é nossa, nós só vivemos nela. Como ideologia, o filme segue a linha do documentário “Uma Verdade Incoveniente”, de Al Gore, mas de uma forma bem mais sutil, mas clara o suficiente para que o público “mastigue” a ideia por algumas horas .  No mais, o filme tende mais para o gênero catástrofe, cheio de estereótipos, como a Secretária de Defesa Americana, interpretada pela excelente Kathy Bates, que segue a linha mais violenta e o cientista interpretado por John Cleese, que intercede em favor da terra junto com a protagonista, a bióloga Helen Benson, interpretada por Jennifer Connely, que não faz feio, mas também não convence muito. Keanu Reeves, que já possui certa experiência em personagens do tipo Messias, carrega bem o personagem Klaatu, o alienígena que vem avisar os humanos dos males que estão por vir. O filme diverte, tem uma ação moderada, e uma ideologia interessante, mas não inova muito em relação à antiga versão, nem em relação as demais ficções científicas atuais. Para os fãs do gênero, é interessante.

A Troca – Dir. Clint Eastwood – Com: Angelina Jolie e John Malkovich - 2008


O filme se passa na Los Angeles do anos 20, onde uma mãe solteira e independente, vivida por Angelina Jolie, trabalha para manter sozinha seu único filho, até que um dia chega do trabalho e não o encontra em casa. Após alguns meses, a corrupta polícia lhe entrega uma criança que diz ser seu filho, e a convence a levá-lo para casa, mas ao tentar continuar a busca por seu verdadeiro filho, ela entra em conflito com o chefe da polícia, que não poupa meios para silenciá-la. 
O talento já premiado de Clint Eastwood aparece neste drama, talvez não com a mesma intensidade, mas o seu talento para construir uma narrativa tensa e angustiante, do início ao fim, é evidente em “A Troca”. A atuação de Angelina Jolie, totalmente desprovida do apelo sexual que lhe é intrínseco, intensifica a agonia do público. O filme é bem construído, e apesar de em alguns momentos parecer um pouco longo, prende bem a atenção, e ilustra a batalha das mulheres para serem ouvidas e respeitadas, em uma época dominada por proibições e machismo. Mas se a busca é por entretenimento leve e descompromissado, talvez “A Troca” não seja a melhor opção, pois o silêncio e os olhos vermelhos do público na saída da sala deixam claro o tom da narrativa, caso contrário, vale a pena!