sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Operação Valquíria - Dir. Bryan Singer– Com: Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Terrence Stamp – 2008


Refilmagem de uma produção alemã de 2004 baseada em fatos reais, “Operação Valquiria” conta a história de um atentado à vida de Hitler por um grupo de politicos  e soldados do próprio exército alemão.

Tom Cruise estrela este longa de Bryan Singer que conta uma história interessante, mostrando um lado da Alemanha nazista pouco conhecida, onde alemães reconhecem as atrocidades de Hiltler e se voltam contra o nazismo. Essa perspectiva diferente humaniza um pouco a Alemanha da segunda guerra, mostrando que nem todos os alemães são vilões. Por outro lado, quando a notícia da suposta morte de Hitler se espalha, as lágrimas da moça que opera uma das maquinas de escrever da central de comunicação do exército mostra que ele ainda tinha muitos seguidores. Seguindo essa temática, a sequência inicial do filme mostra dois soldados preparando uma bomba, enquanto aguardam Hitler em uma pista de pouso. O nervosismo dos soldados, não apenas dos conspiradores, mas de toda a tropa que aguarda o führer , demonstra muito bem o poder que a figura de Hitler tinha  sobre soldados e o quão difícil era organizar uma conspiração. Após a bomba fracassar, a o grupo de soldados busca novos membros para tentar um novo golpe, e chegam a Tom Cruise, que interpreta um soldado alemão, que após se decepcionar com o rumo da política de Hitler,  junta-se a eles. O filme é carregado de tensão, prendendo a atenção do início ao fim, apesar do já conhecido desfecho do golpe. Tom Cruise veste bem o papel, assim como o resto do elenco, composto por bons atores. Outro ponto positivo é a trilha sonora, muito bom colocada nos momentos de tensão. “Operação Valquíria” é um filme muito bem feito, intenso  e emocionante, que dá uma releitura a um assunto já amplamente explorado e premiado, e apesar de não haver levado nenhum grande prêmio ou indicação, vale o ingresso.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Doze Homens e Uma Sentença (Twelve Angry Men) – Dir. Sidney Lumet – Henry Fonda, Lee J. Cobb – 1957


Doze jurados são encarregados de decidir o destino de um rapaz acusado de ter matado o próprio pai, e se for culpado, receberá a pena de morte, e ao discorrem sobre o assunto, descobrem que apenas um dos jurados não está convencido da culpa do rapaz. Inicia-se então uma discussão para definir o futuro do acusado.

Filme brilhante de Sidney Lumet, com uma trama e diálogos tão bem escritos, trabalho  creditado a Reginald Rose, que é capaz de prender o espectador pelos 96 minutos sem efeitos especiais, sem mortes, sem tiros, sem mesmo sair da sala dos jurados. Por estar sempre preso a uma sala, Lumet brinca com as posições e planos da camera, que em conjunto com o posicionamento dos atores, participa ativamente da narrativa, e da o tom da divisão dos jurados em relação ao caso. Outro recurso genialmente empregado é o uso de diálogos onde apenas um dos interlocutores permanece em quadro, enquanto os demais são apenas vozes, acentuando assim a impressão da mentalidade coletiva brigando contra o argumento de um solitário indivíduo. A atuação de Henry Fonda, como jurado numero 8, pois Lumet se preocupa em não nomear personagens, é outro ponto forte do filme, pois seu talento é essencial para convencer tanto seus colegas jurados como os espectadores de seus argumentos. Assim segue o longa, com Fonda, e Lumet, convencendo os jurados um a um de seus argumentos, onde cada jurado com características distintas, vai cedendo e entregando suas próprias fraquezas e preconceitos. E todo o filme é pensado para que isso ocorra dessa forma, desde um plano, logo no início, do acusado, que de cara já nos faz duvidar de sua culpa, até o terno branco usado por Fonda, que os difere dos demais jurados e atrai a atenção do espectador. “Doze Homens e Uma Sentença” concorreu a três Oscar em 1958, melhor diretor, melhor filme e melhor ator, todos perdidos para “A Ponte do Rio Kwai” de David Lean.

 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Vencedores do Oscar 2009

Segue agora a lista de vencedores da edição 2009 do Oscar:

Melhor Filme
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Ator 
Sean Penn, por Milk - A Voz da Igualdade

Melhor Atriz
Kate Winslet, por O Leitor

Melhor Ator Coadjuvante
Heath Ledger, por Batman - O Cavaleiro das Trevas

Melhor Atriz Coadjuvante
Penélope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona

Melhor Diretor
Danny Boyle, por Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhor Filme Estrangeiro
Departures

Melhor Filme de Animação
Wall-E

Melhor Roteiro Adaptado 
Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhor Roteiro Original
Milk - A Voz da Igualdade

Melhor fotografia
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor direção de arte
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor figurino
A Duquesa

Melhor documentário em longa-metragem
Man on Wire

Melhor documentário em curta-metragem
Smile Pinki

Melhor montagem
Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhor maquiagem
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor trilha sonora original
Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhor Canção
Jai Ho (Quem Quer Ser Um Milionário?)

Melhor Curta-Metragem de Animação
La Maison de Petits Cubes

Melhor Curta-Metragem
Spielzeugland (Toyland)

Melhor Edição de Som
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Richard King

Melhor Mixagem de Som
Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhores Efeitos Visuais
O Curioso Caso de Benjamim Button

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Lutador (The Wrestler) – Dir. Darren Aronofski– Mickey Rourke, Marisa Tomei – 2008


Mickey Rourke vive um lutador de luta-livre  já no final da carreira, que luta contra  idade e o corpo cansado, e que ao sofrer um ataque cardíaco, é obrigado a tentar viver uma vida normal, e isso o obriga a enfrentar a solidão e o abandono, fruto de uma vida de excessos e irresponsabilidades.

Este longa ganhou uma notoriedade graças à atuação de Mickey Rourke no papel do decadente lutador RandyThe Ram” Robinson , personagem cuja a trajetória traça um inegável paralelo com a vida do próprio Rourke, hoje com 56 anos e e dono de um rosto quase caricato após tantas plásticas  e de um corpo deformado por esteróides. Este tipo de redenção costuma ser premiada em Hollywood, e lhe rendeu uma indicação ao Oscar.  No mais, filme tem planos muito interessantes onde o diretor coloca a camera caminhando às costas do personagem em diferentes situações, evidenciando assim o contraste entre a vida dentro e fora dos ringues. Além disso, o roteiro tem algumas sequências interessantes, mas por explorar um assunto já um pouco batido, a decadência de grandes atletas que após uma vida relativamente gloriosa, terminam seus dias sozinhos e abandonados, acaba caminhando para um final um pouco previsível. Se não fosse a presença de Rourke e da excelente Marisa Tomei, “O Lutador” passaria bem mais desapercebido.

 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Indicados ao Oscar 2009

Como este é um blog sobre cinema, nada mais justo do que publicar os indicados ao Oscar 2009 


Melhor filme: 
- “Quem quer ser um milionário?"
- “Frost/Nixon” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Milk - A voz da liberdade” 
- “The reader” 

Melhor diretor: 
- Danny Boyle - “Quem quer ser um milionário?”

- Ron Howard - “Frost/Nixon” 
- David Fincher - “O curioso caso de Benjamin Button” 
- Gus Van Sant - “Milk - A voz da liberdade” 
- Stephen Daldry - "The reader" 

Melhor ator: 
- Mickey Rourke - “The wrestler” 
- Sean Penn “Milk - A voz da liberdade” 
- Frank Langella – “Frost/Nixon” 
- Brad Pitt - "O curioso caso de Benjamin Button" 
- Richard Jenkins - "The visitor 

Melhor atriz: 
- Meryl Streep – “Doubt” 
- Kate Winslet – “The reader” 
- Anne Hathaway – “O casamento de Rachel” 
- Angelina Jolie – “A troca” 
- Melissa Leo - "Frozen river" 


Melhor ator coadjuvante: 
- Heath Ledger - “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- Josh Brolin - "Milk - A voz da liberdade" 
- Robert Downey Jr. - "Trovão tropical" 
- Philip Seymour Hoffman - "Doubt" 
- Michael Shannon - "Revolutionary road" 

Melhor atriz coadjuvante: 
- Amy Adams - "Doubt" 
- Penélope Cruz - "Vicky Cristina Barcelona" 
- Viola Davis - "Doubt" 
- Taraji P. Henson - "O curioso caso de Benjamin Button" 
- Marisa Tomei - "The wrestler" 

Melhor longa de animação: 
- “Wall.E” 
- “Kung Fu Panda” 
- “Bolt – Supercão” 

Melhor filme em língua estrangeira: 
- "Revanche", de Gotz Spielmann (Áustria) 
- "The class", de Laurent Cantet (França) 
- "The Baader Meinhof Complex", de Uli Edel (Alemanha) 
- "Waltz with Bashir", de Ari Folman (Israel) 
- "Departures", de Yojiro Takita (Japão) 

Melhor roteiro original: 
- “Frozen river” 
- “Na mira do chefe” 
- “Wall.E” 
- “Milk – A voz da liberdade” 
- “Happy-go-lucky” 

Melhor roteiro adaptado: 
- “O caso curioso de Benjamin Button” 
- “Doubt” 
- “Frost/Nixon” 
- “The reader” 
- “Quem quer ser um milionário?” 

Melhor direção de arte: 
- “A troca” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “A duquesa” 
- “Revolutionary road” 

Melhor fotografia: 
- “A troca” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “The reader” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “Quem quer ser um milionário?”

Melhor mixagem de som: 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “Quem quer ser um milionário?” 
- “Wall.E” 
- “Procurado” 

Melhor edição de som: 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “Homem de Ferro” 
- “Wall.E” 
- “Procurado” 
- “Quem quer ser um milionário?” 

Melhor trilha sonora original: 
- Alexandre Desplat - “O curioso caso de Benjamin Button” 
- James Newton Howard – “Defiance” 
- Danny Elfman – “Milk – A voz da liberdade” 
- Thomas Newman – “Wall.E” 
- A.R. Rahman – “Quem quer ser um milionário?” 

Melhor canção original: 
- “Down to Earth”, de Peter Gabriel and Thomas Newman - “Wall.E” 
- “Jai Ho” de A.R. Rahman – “Quem quer ser um milionário?” 
- “O Saya”, de A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – “Quem quer ser um milionário?” 

Melhor figurino: 
- “Austrália” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “A duquesa” 
- “Milk – A voz da liberdade” 
- “Revolutionary road” 

Melhor documentário de longa-metragem: 
- “The betrayal” 
- “Encounters at the end of the world” 
- “The garden” 
- “Man on wire” 
- “Trouble the water” 

Melhor documentário de curta-metragem:
- “The conscience of Nhem En” 
- “The final inch” 
- “Smile Pinki” 
- “The witness - From the balcony of room 306” 

Melhor edição: 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “Frost/Nixon” 
- “Milk – A voz da liberdade” 
- “Quem quer ser um milionário?” 

Melhores efeitos especiais: 
- “Batman - O cavaleiro das trevas” 
- “Homem de Ferro” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 

Melhor maquiagem: 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- Hellboy II – O exército dourado” 

Melhor animação de curta-metragem:
- “La maison en petits cubes” 
- “Lavatory - Lovestory” 
- “Oktapodi” 
- “Presto” 
- “This Way Up” 

Melhor curta-metragem: 
- “Auf der strecke (On the Line)” 
- “Manon on the asphalt” 
- “New Boy” 
- “The Pig” 
- “Spielzeugland (Toyland)”

Sim, Senhor! (Yes Man) – Dir. Peyton Reed – Jim Carrey, Zooey Deschanel – 2008


Carl é um bancário mal-humorado e chato, que reclama da vida e vive evitando os poucos amigos que lhe restam, até encontrar um antigo colega de trabalho que lhe indica uma palestra onde lhe ensinam a dizer sim a tudo, sempre.
Jim Carrey estrela essa comédia que aborda uma temática tão comum em livros de auto-ajuda atuais, onde o universo responde à maneira como você encara, se for pessimista, coisas ruins vão acontecer, e se for otimista, atrairá coisas boas. Essa filosofia a lá “O Segredo”, está cada vez mais presente na mídia, de forma que o filme acaba sendo bem contextualizado, e consequentemente, um pouco mais plausível. Logicamente dizer sim a tudo leva o personagem principal a diversas situações inesperadas, algumas divertidas, outras nem tanto… A atuação de Jim Carrey no geral, convence, mas alguns momentos, torna-se meio “over”, meio Ace Ventura demais para o personagem, e isso torna o filme um pouco cansativo em alguns momentos… Até porque as cenas mais engraçadas são as que não sofrem desse excesso, tornando a interpretação mais natural, e por final, a situação mais divertida. Como comédia, o filme garante algumas risadas, uma certa lição de vida, típica de filmes do gênero, mas não tem nada de sensacional.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button) – Dir. David Fincher – Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond – 2008


O filme,  baseado no livro de  F. Scott Fitzgerald,  descreve a trajetória de Benjamin Button, um homem que nasce como idoso e rejuvenesce ao longo da vida.

Esse filme conta com uma atuação muito competente, e provavelmente premiada, de de Brad Pitt e Cate Blanchet e de uma maquiagem e produção das mais competentes, que já valeriam o ingresso, mas o que sustenta o espectador pelas 3 horas de filme, é a forma como a história é apresentada. O diretor David Fincher, que tem na carreira, além do cultuado Clube da Luta, diversos shows e musicais, saiu da própria linha e construiu um drama sólido e emocionante, tornando o personagem vivido por Brad Pitt alguém que, por viver sob circunstâncias tão diferentes, desenvolve uma percepção da vida que contrasta com os demais personagens, criando novos valores que se adaptam à sua realidade, e o tornando uma presença quase sobrenatural em relação aos que o cercam. O filme possui um excelente roteiro, assinado por Eric Roth, cujo talento já lhe rendeu um merecido Oscar pelo texto de Forrest Gump, que alterna entre a narração do próprio Benjamin e de Daisy, personagem vivida por Cate Blanchett. O longa concorre a 13 Oscars, dentre eles Melhor Ator, Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Atriz Coadjuvante, para Taraji Henson, que vive a mãe de Benjamin. Na minha opinião, todos merecidos.