domingo, 10 de maio de 2009

Milk – A Voz da Igualdade – Dir. Gus Van Sant – Sean Penn, James Franco, Emile Hirsch, Josh Brolin – 2008


Longa que conta a trajetória de Harvey Milk, o primeiro homosexual assumido a conseguir um cargo público eletivo na história dos Estados Unidos.

Meio filme, meio documentário, esse longa de Gus Van Sant demontra mais uma vez a versatilidade de Sean Penn, desta vez premiado com o Oscar, que incorpora de forma perfeita o ativista Harvey Milk. Além de Penn, o filme conta com atuações muito boas de Emile Hirsch e Josh Brolin (indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante), e essas atuações tornam o filme bem mais proveitoso para o espectador. No mais, o filme tem momentos de excelente qualidade da direção, mesclados com trechos longos e cansativos. A impressão que fica é que o diretor não quis deixar nenhum detalhe for a do longa, nem mesmo alguns aparentemente dispensáveis, talvez por respeito a memória de Milk e isso torna o filme longo demais. Apesar disso, a empatia do personagem principal conquista o espectador, parte graças a simpatia de Milk e sua busca por um ideal de igualdade sem preconceito, e em parte pelo competente trabalho de Penn ao demonstrar isso.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Velozes e Furiosos 4 (Fast & Furious) - Dir. Justin Lin – Com: Vin Diesel, Paul Walker, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez - 2009


O primeiro filme da série, em 2001, ganhou um alcance muito grande ao ilustrar um submundo pouco mostrado, repleto de carros “tunados” , que criou uma tendência mundial, e lançou Vin Diesel para a fama. Já o segundo longa, em 2003, foi povoado por péssimos atores e uma história fraca, e apesar de ter muitas cenas de ação, e novos carros, não convenceu, pois já não era mais novidade. Aí veio o Tokio Drift em 2006, que mudou tudo, foi para o oriente, com novos personagens e um novo tipo de corrida, e agradou seu público. Agora o diretor da versão de 2006 volta aos EUA com o quarto longa da série.

Filme que continua a sequência iniciada em 2001 por Rob Cohen, e neste longa, os personagens da aclamado primeiro filme estão de volta, e precisam lidar com as consequências de seus atos. Mas ideologia e redenção não é o que os fãs da série buscam nessa sequência. E também não é o foco escolhido pelo diretor, que deixa buracos na narrativa e cria uma história com detalhes bem pouco plausíveis. Tendo dito isto, para aquele fã que busca carros, corridas ação e perseguição, e a volta do “poderoso” Dominic Torretto (Vin Diesel), o filme é um prato cheio. Perseguições e sequências de ação que parecem tiradas de um video-game recheiam esse longa e compensam as falhas na narativa, que gira em torno da volta de Toretto aos EUA e o reencontro com O’Conner (Paul Walker), que está agora no FBI, investigando um cartel de drogas.

Dragonball Evolution - Dir. James Wong – Com: Justin Chatwin, Chow You-Fat, Emmy Rossum, James Masters - 2009


Como já disse neste blog mais de uma vez, adaptar uma história em quadrinhos com uma grande legião de seguidores para o cinema é uma tarefa muito complicada, pois as vezes, detalhes da história precisam ser adaptados para funcionar numa narrativa em filme, e a forma como esses detalhes são tratados, quais são mantidos, quais são alterados e quais são excluídos, pode definir o sucesso ou fracasso do filme diante do público. Neste filme, James Wong errou a mão. Alguns fatos tão importantes nos quadrinhos, como a inocência do protagonista Goku, sem o rabo (nos quadrinhos ele tinha um rabo de macaco, essencial na explicação de sua origem), que nos quadrinhos começa a saga ainda criança e no filme já é adolescente, até a falta das antenas de Piccolo, fazem com que o filme pareça apenas uma história qualquer com detalhes inspirados nos quadrinhos. E quando é o filme é visto sobre essa perspectiva, torna-se uma história pobre e meio “sem-pé-nem–cabeça”. Filme fraco, que nem a presença do excelente Chow Yut-Fat salva.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Gran Torino - Dir. Clint Eastwood – Com: Clint Eastwood, Bee Vang, Ahney Her - 2009


Clint Eastwood já é uma figura emblemática em Hollywood há anos, capaz de montar uma cara de poucos amigos como ninguém, atuou alguns filmes excelentes, outros de qualidade questionável, dirigiu um Cadillac cor-de-rosa, contracenou com um macaco, interpretou cowboy em filme italiano, interpretou cowboy americano mesmo, tanto do espaço, como daqueles do velho oeste atormentados pelo passado, evitou que um cara fosse para a cadeira elétrica, ensinou uma garçonete a lutar boxe, foi policial, foi ladrão, fugiu de Alcatraz… Mas em quase todos esses filmes, alguns dirigidos por ele próprio e premiados com o Oscar, ele mantinha a sua principal característica como ator: uma carranca daquelas que fazem criancinhas caírem e prantos e correrem para os pais. Tanto que foi um dos primeiros “policiais-durões-que-não-seguem-as-regras-e-atiram-primeiro-e-perguntam-depois” do cinema, tipo que se tornou clichê nos anos oitenta.

Em Gran Torino, Clint usa e abusa dessa carranca, chegando a rosnar em alguns momentos, já que seu personagem é um recém enviuvado ex-combatente da guerra da Coreia, que vive em um bairro que se tornou refúgio de imigrantes asiáticos. E nesse filme lemos toda a história destes personagens mal-humorados que Eastwood interpretou durante a carreira escondidos sob a face do veterano de guerra Walt, que não atura seus filhos, seus netos, seus vizinhos, o padre da região, ninguém… Mas no fundo é bonzinho e acaba ajudando seus vizinhos a lidar com uma gangue local. O interessante é ver como Eastwood usa esse filme para encerrar esse personagem durão, expiando seus pecados e engolindo seus antigos preconceitos diante de uma realidade muito diferente daquela de seus filmes anteriores, numa América de crise, carros japoneses, Obama. Este, que é seu ultimo trabalho como ator, fecha esse ciclo, com tiros? Alguns. Armas? Algumas de mentira, outras nem tanto, mas principalmente, com redenção, onde o peso de suas ações trazem consequências reais. Toda essa carga, somada ao seu já premiado talento como diretor, resultam em uma obra fantástica, uma das melhores de sua carreira.

segunda-feira, 23 de março de 2009

The Spirit - Dir. Frank Miller – Com: Gabriel Macht, Samuel L. Jackson, Eva Mendes, Scarlett Johansson - 2008


Começo confirmando que sou fã de Frank Miller desde seus primórdios nos quadrinhos, e fiquei muito satisfeito quando ele decidiu dar seus passos por Hollywood. Tendo isto claro, acredito que em “The Spirit”, Frank Miller perdeu a mão.

A estética do filme segue seus anteriores Sin City e 300, mas neste filme, baseado no personagem de Will Eisner, fica tão parecida com Sin City, que acaba parecendo uma nova versão do longa, com a participação do Spirit. E não é só aí que Miller vacila… O personagem Spirit foi feito sob uma ótica de outra época, onde os quadrinhos eram mais inocentes, os heróis eram puros e nem os vilões eram tão maus assim. Frank Miller misturou sua estética pesada e sangrenta, tão eficiente e elogiada em seus longas anteriores, com uma história que mantém a inocência de suas origens. O resultado acaba ficando confuso, deixando o espectador com a impressão de que, ou está diante de um filme bem fraco, com atuações desastrosas e piadas ridiculamente sem graça, ou então está diante de uma grande piada, feita para ser ridícula, o que seria uma ofensa à memoria de Eisner, autor tão importante na história dos quadrinhos. O filme acaba sendo uma briga de estilos, com direito até a narração noir no melhor estilo Chinatown. Triste. Pelo menos temos pela primeira vez em muito tempo um herói que usa uma mascara sem pintar os olhos.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Watchmen - Dir. Zack Snyder – Com: Billy Crudup, Malin Akerman, Jackie Earle Haley, Matthew Goode, Jeffery Dean Morgan- 2009


Dirigir um filme baseado em uma história em quadrinhos como Watchmen, pode ser muito complicado. Esse tipo de HQ tem seguidores fieis, daqueles que lêem várias vezes, criam discussões, formam grupos, e colocam o HQ em um status de obra-de-arte. Agradar essas pessoas normalmente é uma tarefa difícil. Mas não impossível.

Desde a primeira sequência do filme, onde vários eventos são da história são retratados sob obscura realidade do universo de Wachtmen, onde os heróis são susceptíveis a erros e a corrupção, e alguns deles se submetem a valores políticos de honra questionável, percebemos a fidelidade do diretor em relação à história original. Zack Snyder já teve uma bem-sucedida experiência com adaptações dos quadrinhos no violento 300 , e repetiu a dose com o Watchmen. Assim como nos quadrinhos, a história, que se passa na década de 80, é carregada de questões ideológicas, desde a guerra fria até a dependência do mundo em relação ao petróleo, mas todas abordadas de uma forma diferente, com a presença dos heróis, uns mascarados, outros não, mas todos com emoções e reações humanas, dúvidas, medos e fraquezas. Nesse universo meio real meio fictício, onde o presidente Nixon é reeleito 3 vezes, a trama segue, com violência e ação, mesclando as questões pessoais do heróis com situação complicada do mundo, à beira de uma guerra nuclear com a URSS. A narrativa, cheia de flashbacks dos personagens, conduz a trama sob um olhar meio noir, de forma tensa e pesada, que nos carrega quase sem perceber pelas quase 3 horas de filme para um final completamente inesperado. Wachtmen poderia ser um fracasso… mas é fantástico.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Momentos Musicais V - Gene Kelly - Singing In The Rain - 1952

Momentos Musicais V

Para finalizar, essa sequência. A "clássica":


Momentos Musicais IV Robin Williams e Amanda Plummer - The Fisher King - 1991

Momentos Musicais IV

Diz a lenda que a única vez em que a Grand Central Station de NY foi totalmente interditada para uma filmagem, foi para a realização desta cena. "O Pescador de Ilusões" foi dirigido por Terry Gilliam, e nesta cena, retrata toda a paixão platônica de Parry, personagem de Robin Williams, por Lydia, vivida por Amanda Plummer. Na minha opinião uma das sequências mais bonitas do cinema. A pessoa que postou o vídeo concorda, pelo título que colocou... Tentem relevar a qualidade do Youtube...


quinta-feira, 5 de março de 2009

Momentos Musicais III - Rupert Everett e Julia Roberts - My Best Friend's Wedding - 1997

Momentos Musicais III

Provavelmente o momento mais engraçado dessa comédia.




Momentos Musicais II - Michelle Pfeiffer e Jeff Bridges - The Fabulous Baker Boys - 1989

Momentos Musicais II

Michelle Pfeiffer, sem comentários! Deixa a Jessica Rabbit no chinelo!


Momentos Musicais I - Rita Hayworth e Fred Astaire - You Were Never Lovelier - 1942

Momentos Musicais I

Uma vez Rita Hayworth deu uma entrevista dizendo que as duas unicas obras de sua carreira que ela realmente se orgulhava, eram seus dois filmes com Fred Astaire. Segue abaixo uma sequencia de um desses filmes, "Bonita Como Nunca" (You Were Never Lovelier). Assistindo essa clip, entendemos um pouco do pensamento da Sra. Hayworth...

quarta-feira, 4 de março de 2009

O Leitor - Dir. Stephen Daldry – Com: Kate Winslet, Ralph Fiennes, David Kross - 2008


Logo no início de “O Leitor”, vem uma sensação familiar, que nos remete à Fraülein de Mario de Andrade, neste filme vivida por Kate Winslet com o nome de Hannah, e seu caso com Carlos Alberto, aqui nomeado Michael e vivido por Ralph Fiennes em sua fase adulta, e por David Kross, na adolescência. Mas a semelhança é só no início, pois o que segue é uma pesada narrativa, onde o diretor Stephen Daldry, (de As Horas e Billy Elliot) intercala momentos diferentes da vida de Michael para nos mostrar o peso que esta relação teve em sua vida e do dano causado em sua personalidade. O caso de amor dura apenas um verão, quando Hannah desaparece. Michael nunca mais a encontra até, anos, como estudante de direito, ao acompanhar a um julgamento de carcereiras da SS nazista, encontra Hannah no banco dos réus. A primeira impressão de “O Leitor” é de um retrato de uma relação entre um adolescente e uma mulher mais velha, e os percausos que um romance desses pode causar. Mas o que realmente ocorre é muito distante disso. Apesar de o melodrama estar sempre presente, filme pincela assuntos interessantes, como a participação da população alemã no extermínio dos judeus, e as cicatrizes que isso causou. A atuação de Kate Winslet lhe rendeu um Oscar e um Golden Globe de melhor atriz.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Operação Valquíria - Dir. Bryan Singer– Com: Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Terrence Stamp – 2008


Refilmagem de uma produção alemã de 2004 baseada em fatos reais, “Operação Valquiria” conta a história de um atentado à vida de Hitler por um grupo de politicos  e soldados do próprio exército alemão.

Tom Cruise estrela este longa de Bryan Singer que conta uma história interessante, mostrando um lado da Alemanha nazista pouco conhecida, onde alemães reconhecem as atrocidades de Hiltler e se voltam contra o nazismo. Essa perspectiva diferente humaniza um pouco a Alemanha da segunda guerra, mostrando que nem todos os alemães são vilões. Por outro lado, quando a notícia da suposta morte de Hitler se espalha, as lágrimas da moça que opera uma das maquinas de escrever da central de comunicação do exército mostra que ele ainda tinha muitos seguidores. Seguindo essa temática, a sequência inicial do filme mostra dois soldados preparando uma bomba, enquanto aguardam Hitler em uma pista de pouso. O nervosismo dos soldados, não apenas dos conspiradores, mas de toda a tropa que aguarda o führer , demonstra muito bem o poder que a figura de Hitler tinha  sobre soldados e o quão difícil era organizar uma conspiração. Após a bomba fracassar, a o grupo de soldados busca novos membros para tentar um novo golpe, e chegam a Tom Cruise, que interpreta um soldado alemão, que após se decepcionar com o rumo da política de Hitler,  junta-se a eles. O filme é carregado de tensão, prendendo a atenção do início ao fim, apesar do já conhecido desfecho do golpe. Tom Cruise veste bem o papel, assim como o resto do elenco, composto por bons atores. Outro ponto positivo é a trilha sonora, muito bom colocada nos momentos de tensão. “Operação Valquíria” é um filme muito bem feito, intenso  e emocionante, que dá uma releitura a um assunto já amplamente explorado e premiado, e apesar de não haver levado nenhum grande prêmio ou indicação, vale o ingresso.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Doze Homens e Uma Sentença (Twelve Angry Men) – Dir. Sidney Lumet – Henry Fonda, Lee J. Cobb – 1957


Doze jurados são encarregados de decidir o destino de um rapaz acusado de ter matado o próprio pai, e se for culpado, receberá a pena de morte, e ao discorrem sobre o assunto, descobrem que apenas um dos jurados não está convencido da culpa do rapaz. Inicia-se então uma discussão para definir o futuro do acusado.

Filme brilhante de Sidney Lumet, com uma trama e diálogos tão bem escritos, trabalho  creditado a Reginald Rose, que é capaz de prender o espectador pelos 96 minutos sem efeitos especiais, sem mortes, sem tiros, sem mesmo sair da sala dos jurados. Por estar sempre preso a uma sala, Lumet brinca com as posições e planos da camera, que em conjunto com o posicionamento dos atores, participa ativamente da narrativa, e da o tom da divisão dos jurados em relação ao caso. Outro recurso genialmente empregado é o uso de diálogos onde apenas um dos interlocutores permanece em quadro, enquanto os demais são apenas vozes, acentuando assim a impressão da mentalidade coletiva brigando contra o argumento de um solitário indivíduo. A atuação de Henry Fonda, como jurado numero 8, pois Lumet se preocupa em não nomear personagens, é outro ponto forte do filme, pois seu talento é essencial para convencer tanto seus colegas jurados como os espectadores de seus argumentos. Assim segue o longa, com Fonda, e Lumet, convencendo os jurados um a um de seus argumentos, onde cada jurado com características distintas, vai cedendo e entregando suas próprias fraquezas e preconceitos. E todo o filme é pensado para que isso ocorra dessa forma, desde um plano, logo no início, do acusado, que de cara já nos faz duvidar de sua culpa, até o terno branco usado por Fonda, que os difere dos demais jurados e atrai a atenção do espectador. “Doze Homens e Uma Sentença” concorreu a três Oscar em 1958, melhor diretor, melhor filme e melhor ator, todos perdidos para “A Ponte do Rio Kwai” de David Lean.

 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Vencedores do Oscar 2009

Segue agora a lista de vencedores da edição 2009 do Oscar:

Melhor Filme
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Ator 
Sean Penn, por Milk - A Voz da Igualdade

Melhor Atriz
Kate Winslet, por O Leitor

Melhor Ator Coadjuvante
Heath Ledger, por Batman - O Cavaleiro das Trevas

Melhor Atriz Coadjuvante
Penélope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona

Melhor Diretor
Danny Boyle, por Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhor Filme Estrangeiro
Departures

Melhor Filme de Animação
Wall-E

Melhor Roteiro Adaptado 
Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhor Roteiro Original
Milk - A Voz da Igualdade

Melhor fotografia
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor direção de arte
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor figurino
A Duquesa

Melhor documentário em longa-metragem
Man on Wire

Melhor documentário em curta-metragem
Smile Pinki

Melhor montagem
Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhor maquiagem
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor trilha sonora original
Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhor Canção
Jai Ho (Quem Quer Ser Um Milionário?)

Melhor Curta-Metragem de Animação
La Maison de Petits Cubes

Melhor Curta-Metragem
Spielzeugland (Toyland)

Melhor Edição de Som
Batman - O Cavaleiro das Trevas, Richard King

Melhor Mixagem de Som
Quem Quer Ser Um Milionário?

Melhores Efeitos Visuais
O Curioso Caso de Benjamim Button

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Lutador (The Wrestler) – Dir. Darren Aronofski– Mickey Rourke, Marisa Tomei – 2008


Mickey Rourke vive um lutador de luta-livre  já no final da carreira, que luta contra  idade e o corpo cansado, e que ao sofrer um ataque cardíaco, é obrigado a tentar viver uma vida normal, e isso o obriga a enfrentar a solidão e o abandono, fruto de uma vida de excessos e irresponsabilidades.

Este longa ganhou uma notoriedade graças à atuação de Mickey Rourke no papel do decadente lutador RandyThe Ram” Robinson , personagem cuja a trajetória traça um inegável paralelo com a vida do próprio Rourke, hoje com 56 anos e e dono de um rosto quase caricato após tantas plásticas  e de um corpo deformado por esteróides. Este tipo de redenção costuma ser premiada em Hollywood, e lhe rendeu uma indicação ao Oscar.  No mais, filme tem planos muito interessantes onde o diretor coloca a camera caminhando às costas do personagem em diferentes situações, evidenciando assim o contraste entre a vida dentro e fora dos ringues. Além disso, o roteiro tem algumas sequências interessantes, mas por explorar um assunto já um pouco batido, a decadência de grandes atletas que após uma vida relativamente gloriosa, terminam seus dias sozinhos e abandonados, acaba caminhando para um final um pouco previsível. Se não fosse a presença de Rourke e da excelente Marisa Tomei, “O Lutador” passaria bem mais desapercebido.

 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Indicados ao Oscar 2009

Como este é um blog sobre cinema, nada mais justo do que publicar os indicados ao Oscar 2009 


Melhor filme: 
- “Quem quer ser um milionário?"
- “Frost/Nixon” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Milk - A voz da liberdade” 
- “The reader” 

Melhor diretor: 
- Danny Boyle - “Quem quer ser um milionário?”

- Ron Howard - “Frost/Nixon” 
- David Fincher - “O curioso caso de Benjamin Button” 
- Gus Van Sant - “Milk - A voz da liberdade” 
- Stephen Daldry - "The reader" 

Melhor ator: 
- Mickey Rourke - “The wrestler” 
- Sean Penn “Milk - A voz da liberdade” 
- Frank Langella – “Frost/Nixon” 
- Brad Pitt - "O curioso caso de Benjamin Button" 
- Richard Jenkins - "The visitor 

Melhor atriz: 
- Meryl Streep – “Doubt” 
- Kate Winslet – “The reader” 
- Anne Hathaway – “O casamento de Rachel” 
- Angelina Jolie – “A troca” 
- Melissa Leo - "Frozen river" 


Melhor ator coadjuvante: 
- Heath Ledger - “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- Josh Brolin - "Milk - A voz da liberdade" 
- Robert Downey Jr. - "Trovão tropical" 
- Philip Seymour Hoffman - "Doubt" 
- Michael Shannon - "Revolutionary road" 

Melhor atriz coadjuvante: 
- Amy Adams - "Doubt" 
- Penélope Cruz - "Vicky Cristina Barcelona" 
- Viola Davis - "Doubt" 
- Taraji P. Henson - "O curioso caso de Benjamin Button" 
- Marisa Tomei - "The wrestler" 

Melhor longa de animação: 
- “Wall.E” 
- “Kung Fu Panda” 
- “Bolt – Supercão” 

Melhor filme em língua estrangeira: 
- "Revanche", de Gotz Spielmann (Áustria) 
- "The class", de Laurent Cantet (França) 
- "The Baader Meinhof Complex", de Uli Edel (Alemanha) 
- "Waltz with Bashir", de Ari Folman (Israel) 
- "Departures", de Yojiro Takita (Japão) 

Melhor roteiro original: 
- “Frozen river” 
- “Na mira do chefe” 
- “Wall.E” 
- “Milk – A voz da liberdade” 
- “Happy-go-lucky” 

Melhor roteiro adaptado: 
- “O caso curioso de Benjamin Button” 
- “Doubt” 
- “Frost/Nixon” 
- “The reader” 
- “Quem quer ser um milionário?” 

Melhor direção de arte: 
- “A troca” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “A duquesa” 
- “Revolutionary road” 

Melhor fotografia: 
- “A troca” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “The reader” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “Quem quer ser um milionário?”

Melhor mixagem de som: 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “Quem quer ser um milionário?” 
- “Wall.E” 
- “Procurado” 

Melhor edição de som: 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “Homem de Ferro” 
- “Wall.E” 
- “Procurado” 
- “Quem quer ser um milionário?” 

Melhor trilha sonora original: 
- Alexandre Desplat - “O curioso caso de Benjamin Button” 
- James Newton Howard – “Defiance” 
- Danny Elfman – “Milk – A voz da liberdade” 
- Thomas Newman – “Wall.E” 
- A.R. Rahman – “Quem quer ser um milionário?” 

Melhor canção original: 
- “Down to Earth”, de Peter Gabriel and Thomas Newman - “Wall.E” 
- “Jai Ho” de A.R. Rahman – “Quem quer ser um milionário?” 
- “O Saya”, de A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – “Quem quer ser um milionário?” 

Melhor figurino: 
- “Austrália” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “A duquesa” 
- “Milk – A voz da liberdade” 
- “Revolutionary road” 

Melhor documentário de longa-metragem: 
- “The betrayal” 
- “Encounters at the end of the world” 
- “The garden” 
- “Man on wire” 
- “Trouble the water” 

Melhor documentário de curta-metragem:
- “The conscience of Nhem En” 
- “The final inch” 
- “Smile Pinki” 
- “The witness - From the balcony of room 306” 

Melhor edição: 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- “Frost/Nixon” 
- “Milk – A voz da liberdade” 
- “Quem quer ser um milionário?” 

Melhores efeitos especiais: 
- “Batman - O cavaleiro das trevas” 
- “Homem de Ferro” 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 

Melhor maquiagem: 
- “O curioso caso de Benjamin Button” 
- “Batman – O cavaleiro das trevas” 
- Hellboy II – O exército dourado” 

Melhor animação de curta-metragem:
- “La maison en petits cubes” 
- “Lavatory - Lovestory” 
- “Oktapodi” 
- “Presto” 
- “This Way Up” 

Melhor curta-metragem: 
- “Auf der strecke (On the Line)” 
- “Manon on the asphalt” 
- “New Boy” 
- “The Pig” 
- “Spielzeugland (Toyland)”

Sim, Senhor! (Yes Man) – Dir. Peyton Reed – Jim Carrey, Zooey Deschanel – 2008


Carl é um bancário mal-humorado e chato, que reclama da vida e vive evitando os poucos amigos que lhe restam, até encontrar um antigo colega de trabalho que lhe indica uma palestra onde lhe ensinam a dizer sim a tudo, sempre.
Jim Carrey estrela essa comédia que aborda uma temática tão comum em livros de auto-ajuda atuais, onde o universo responde à maneira como você encara, se for pessimista, coisas ruins vão acontecer, e se for otimista, atrairá coisas boas. Essa filosofia a lá “O Segredo”, está cada vez mais presente na mídia, de forma que o filme acaba sendo bem contextualizado, e consequentemente, um pouco mais plausível. Logicamente dizer sim a tudo leva o personagem principal a diversas situações inesperadas, algumas divertidas, outras nem tanto… A atuação de Jim Carrey no geral, convence, mas alguns momentos, torna-se meio “over”, meio Ace Ventura demais para o personagem, e isso torna o filme um pouco cansativo em alguns momentos… Até porque as cenas mais engraçadas são as que não sofrem desse excesso, tornando a interpretação mais natural, e por final, a situação mais divertida. Como comédia, o filme garante algumas risadas, uma certa lição de vida, típica de filmes do gênero, mas não tem nada de sensacional.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button) – Dir. David Fincher – Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond – 2008


O filme,  baseado no livro de  F. Scott Fitzgerald,  descreve a trajetória de Benjamin Button, um homem que nasce como idoso e rejuvenesce ao longo da vida.

Esse filme conta com uma atuação muito competente, e provavelmente premiada, de de Brad Pitt e Cate Blanchet e de uma maquiagem e produção das mais competentes, que já valeriam o ingresso, mas o que sustenta o espectador pelas 3 horas de filme, é a forma como a história é apresentada. O diretor David Fincher, que tem na carreira, além do cultuado Clube da Luta, diversos shows e musicais, saiu da própria linha e construiu um drama sólido e emocionante, tornando o personagem vivido por Brad Pitt alguém que, por viver sob circunstâncias tão diferentes, desenvolve uma percepção da vida que contrasta com os demais personagens, criando novos valores que se adaptam à sua realidade, e o tornando uma presença quase sobrenatural em relação aos que o cercam. O filme possui um excelente roteiro, assinado por Eric Roth, cujo talento já lhe rendeu um merecido Oscar pelo texto de Forrest Gump, que alterna entre a narração do próprio Benjamin e de Daisy, personagem vivida por Cate Blanchett. O longa concorre a 13 Oscars, dentre eles Melhor Ator, Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Atriz Coadjuvante, para Taraji Henson, que vive a mãe de Benjamin. Na minha opinião, todos merecidos.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Procurado (Wanted) – Dir. Timur Bekmambetov –James MacAvoy, Morgan Freeman, Angelina Jolie - 2008


 Wesley trabalha numa firma de contabilidade, fazendo um trabalho que odeia, é perseguido por sua chefe, mora num apartamento horrível com uma namorada que o trai com seu melhor amigo. Até que é abordado por Fox, uma assassina pertencente a uma fraternidade milenar da qual ela diz que o desaparecido pai de Wesley fazia parte. Ele, então, passa a ser treinado para perseguir o assassino de seu pai.

O filme, baseado na história em quadrinhos de Mark Millar, entra na categoria daqueles thrillers de ação que não se preocupam em explicar o por quê dos absurdos que ocorrem em sua história, como balas fazendo curvas e banhos de cera que recuperam feridas de tiro em horas, mas prima pelas sequências de ação extremamente bem realizadas e repletas de efeitos especiais da melhor qualidade. O filme ainda conta com a Angelina Jolie desempenhando o papel de assassina misteriosa, meio Lara Croft meio Sra. Smith, e com competente Morgan Freeman no papel de líder da fraternidade. Segue-se se então uma narrativa rápida e sem muita complicação, permeada por tiroteios e pancadaria, com os protagonistas vivendo em sua própria realidade, onde nós, mortais comuns e pagadores de impostos, não fazemos muita diferença vivos ou mortos, como a sequência do tiroteio no trem deixa claro.  Mas no final, a título de diversão, vale o ingresso, (ou a locação, no caso), para quem gosta do gênero.

 

O Amor Não Tira Férias (The Holiday) – Dir. Nancy Meyers – Cameron Diaz, Kate Winslet, Jack Black, Jude Law – 2006




Uma jornalista inglesa e uma produtora de cinema americana, ambas com problemas amorosos, se conhecem por meio de um website que organiza troca de casas por temporada, e decidem tirar ferias, uma na casa da outra, durante o natal, como forma de esquecer seus respectivos desencantos românticos.

O filme segue a fórmula romântica dos demais filmes da diretora (Alguém Tem Que Ceder e Do Que as Mulheres Gostam), fazendo um filme leve, romântico, sem muito drama, e com alguma comédia, sendo uma opção para quem não quer nada muito profundo, e gosta daqueles filmes em que a gente sempre tem certeza de que tudo vai acabar bem. Talvez por isso, se torne um pouco previsível na sua conclusão. Um grande mérito do filme é a participação do veterano Eli Wallach, na época com 91 anos, que teve sua melhor atuação em Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and The Ugly), de 1967, dirigido por Sergio Leone, ao lado de Clit Eastwood e Lee Van Cleef, e nesta história interpreta um antigo roteirista de Hollywood que faz amizade com Íris, vivida por Kate Winslet, durante sua estadia em Los Angeles. Dentro de sua proposta, o filme até que convence.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Hulk - Dir. Luis Leterrier – Com: Edward Norton, Liv Tyler, William Hurt, Tim Roth – 2008


O filme conta a história do cientista Bruce Banner, que após um acidente com radiação gamma, quando fica irritado, transforma-se em um ser gigante e descontrolado chamado Hulk, e passa a ser caçado pelo exército americano, que vê nele uma possibilidade de criar um exército de supersoldados.

O diretor Luis Leterrier conseguiu formar um excelente elenco para uma segunda tentativa trazer de volta as telas o personagem da Marvel Comics que ficou famoso no final dos anos 7o, na série de Tv onde o monstro era interpretado pelo bodybuilder Lou Ferrigno, e o Dr. Banner por Bill Bixby, já que a versão dirigida por Ang Lee em 2003 não agradou muito. O histórico de Leterrier não é dos melhores, tendo assinado o péssimo Carga Explosiva 2 e o meia-boca Cão de Briga, ambos no gênero tiros e pancadaria. O filme começa com o Dr Banner, interpretado por Norton, que nos faz esquecer completamente do apático Banner de 2003, vivido por Eric Bana, vivendo escondido na Rocinha, no Rio de Janeiro, onde trabalha numa fábrica de refrigerantes e tem aulas de Jiu Jitsu com o Rickson Gracie (!!!), até ser encontrado pelos americanos, que o perseguem pela favela numa espécie de Caveirão do Bope. O filme se passa em torno da busca do fugitivo, pelo General Ross (Hurt), que é auxiliado pelo soldado Blonsky, interpretado pelo excelente e sub-valorizado Tim Roth. O interessante dessa versão em relação à anterior, é o caráter mais sombrio e descontrolado que cerca o personagem principal, a lá Dr. Jeckill e Mr. Hide. Apesar disso, a história não é das mais complexas, mas é sustentada pelas cenas de ação com a qualidade “Hollywoodiana” de sempre. O resultado final é melhor que o atingido por Ang Lee, graças a uma trama mais elaborada, e ao elenco de qualidade. Os fãs do personagem não terão muito do que reclamar, pois o filme convence e até que é bem fiel ao personagem dos quadrinhos. Vale ressaltar a divertida aparição de Stan Lee, criador da Marvel, e Lou Ferrigno, o primeiro e único Hulk de carne-e-osso, durante o filme, e uma ponta feita por um personagem, bem no final, que gerará expectativas nos fãs da Marvel Comics.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Dia em Que a Terra Parou – Dir. Scott Derrikson – Com: Keanu Reeves, Jennifer Connely – 2008


Refilmagem do clássico de Robert Wise, de 1951, a partir do conto de Harry Bates, conta a história de um alienígena que vem à Terra para alertar a população sobre os males das guerras e da destruição do meio-ambiente.

 

O remake da obra de Wise dos anos 50 adquire um tom bem atual nas mãos de Scott Derrikson, (O Exorsismo de Emily Rose), pois nessa versão a questão da destruição do planeta tem uma relação direta com o meio-ambiente, partindo da premissa de que a Terra não é nossa, nós só vivemos nela. Como ideologia, o filme segue a linha do documentário “Uma Verdade Incoveniente”, de Al Gore, mas de uma forma bem mais sutil, mas clara o suficiente para que o público “mastigue” a ideia por algumas horas .  No mais, o filme tende mais para o gênero catástrofe, cheio de estereótipos, como a Secretária de Defesa Americana, interpretada pela excelente Kathy Bates, que segue a linha mais violenta e o cientista interpretado por John Cleese, que intercede em favor da terra junto com a protagonista, a bióloga Helen Benson, interpretada por Jennifer Connely, que não faz feio, mas também não convence muito. Keanu Reeves, que já possui certa experiência em personagens do tipo Messias, carrega bem o personagem Klaatu, o alienígena que vem avisar os humanos dos males que estão por vir. O filme diverte, tem uma ação moderada, e uma ideologia interessante, mas não inova muito em relação à antiga versão, nem em relação as demais ficções científicas atuais. Para os fãs do gênero, é interessante.

A Troca – Dir. Clint Eastwood – Com: Angelina Jolie e John Malkovich - 2008


O filme se passa na Los Angeles do anos 20, onde uma mãe solteira e independente, vivida por Angelina Jolie, trabalha para manter sozinha seu único filho, até que um dia chega do trabalho e não o encontra em casa. Após alguns meses, a corrupta polícia lhe entrega uma criança que diz ser seu filho, e a convence a levá-lo para casa, mas ao tentar continuar a busca por seu verdadeiro filho, ela entra em conflito com o chefe da polícia, que não poupa meios para silenciá-la. 
O talento já premiado de Clint Eastwood aparece neste drama, talvez não com a mesma intensidade, mas o seu talento para construir uma narrativa tensa e angustiante, do início ao fim, é evidente em “A Troca”. A atuação de Angelina Jolie, totalmente desprovida do apelo sexual que lhe é intrínseco, intensifica a agonia do público. O filme é bem construído, e apesar de em alguns momentos parecer um pouco longo, prende bem a atenção, e ilustra a batalha das mulheres para serem ouvidas e respeitadas, em uma época dominada por proibições e machismo. Mas se a busca é por entretenimento leve e descompromissado, talvez “A Troca” não seja a melhor opção, pois o silêncio e os olhos vermelhos do público na saída da sala deixam claro o tom da narrativa, caso contrário, vale a pena!