segunda-feira, 27 de abril de 2009

Velozes e Furiosos 4 (Fast & Furious) - Dir. Justin Lin – Com: Vin Diesel, Paul Walker, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez - 2009


O primeiro filme da série, em 2001, ganhou um alcance muito grande ao ilustrar um submundo pouco mostrado, repleto de carros “tunados” , que criou uma tendência mundial, e lançou Vin Diesel para a fama. Já o segundo longa, em 2003, foi povoado por péssimos atores e uma história fraca, e apesar de ter muitas cenas de ação, e novos carros, não convenceu, pois já não era mais novidade. Aí veio o Tokio Drift em 2006, que mudou tudo, foi para o oriente, com novos personagens e um novo tipo de corrida, e agradou seu público. Agora o diretor da versão de 2006 volta aos EUA com o quarto longa da série.

Filme que continua a sequência iniciada em 2001 por Rob Cohen, e neste longa, os personagens da aclamado primeiro filme estão de volta, e precisam lidar com as consequências de seus atos. Mas ideologia e redenção não é o que os fãs da série buscam nessa sequência. E também não é o foco escolhido pelo diretor, que deixa buracos na narrativa e cria uma história com detalhes bem pouco plausíveis. Tendo dito isto, para aquele fã que busca carros, corridas ação e perseguição, e a volta do “poderoso” Dominic Torretto (Vin Diesel), o filme é um prato cheio. Perseguições e sequências de ação que parecem tiradas de um video-game recheiam esse longa e compensam as falhas na narativa, que gira em torno da volta de Toretto aos EUA e o reencontro com O’Conner (Paul Walker), que está agora no FBI, investigando um cartel de drogas.

Dragonball Evolution - Dir. James Wong – Com: Justin Chatwin, Chow You-Fat, Emmy Rossum, James Masters - 2009


Como já disse neste blog mais de uma vez, adaptar uma história em quadrinhos com uma grande legião de seguidores para o cinema é uma tarefa muito complicada, pois as vezes, detalhes da história precisam ser adaptados para funcionar numa narrativa em filme, e a forma como esses detalhes são tratados, quais são mantidos, quais são alterados e quais são excluídos, pode definir o sucesso ou fracasso do filme diante do público. Neste filme, James Wong errou a mão. Alguns fatos tão importantes nos quadrinhos, como a inocência do protagonista Goku, sem o rabo (nos quadrinhos ele tinha um rabo de macaco, essencial na explicação de sua origem), que nos quadrinhos começa a saga ainda criança e no filme já é adolescente, até a falta das antenas de Piccolo, fazem com que o filme pareça apenas uma história qualquer com detalhes inspirados nos quadrinhos. E quando é o filme é visto sobre essa perspectiva, torna-se uma história pobre e meio “sem-pé-nem–cabeça”. Filme fraco, que nem a presença do excelente Chow Yut-Fat salva.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Gran Torino - Dir. Clint Eastwood – Com: Clint Eastwood, Bee Vang, Ahney Her - 2009


Clint Eastwood já é uma figura emblemática em Hollywood há anos, capaz de montar uma cara de poucos amigos como ninguém, atuou alguns filmes excelentes, outros de qualidade questionável, dirigiu um Cadillac cor-de-rosa, contracenou com um macaco, interpretou cowboy em filme italiano, interpretou cowboy americano mesmo, tanto do espaço, como daqueles do velho oeste atormentados pelo passado, evitou que um cara fosse para a cadeira elétrica, ensinou uma garçonete a lutar boxe, foi policial, foi ladrão, fugiu de Alcatraz… Mas em quase todos esses filmes, alguns dirigidos por ele próprio e premiados com o Oscar, ele mantinha a sua principal característica como ator: uma carranca daquelas que fazem criancinhas caírem e prantos e correrem para os pais. Tanto que foi um dos primeiros “policiais-durões-que-não-seguem-as-regras-e-atiram-primeiro-e-perguntam-depois” do cinema, tipo que se tornou clichê nos anos oitenta.

Em Gran Torino, Clint usa e abusa dessa carranca, chegando a rosnar em alguns momentos, já que seu personagem é um recém enviuvado ex-combatente da guerra da Coreia, que vive em um bairro que se tornou refúgio de imigrantes asiáticos. E nesse filme lemos toda a história destes personagens mal-humorados que Eastwood interpretou durante a carreira escondidos sob a face do veterano de guerra Walt, que não atura seus filhos, seus netos, seus vizinhos, o padre da região, ninguém… Mas no fundo é bonzinho e acaba ajudando seus vizinhos a lidar com uma gangue local. O interessante é ver como Eastwood usa esse filme para encerrar esse personagem durão, expiando seus pecados e engolindo seus antigos preconceitos diante de uma realidade muito diferente daquela de seus filmes anteriores, numa América de crise, carros japoneses, Obama. Este, que é seu ultimo trabalho como ator, fecha esse ciclo, com tiros? Alguns. Armas? Algumas de mentira, outras nem tanto, mas principalmente, com redenção, onde o peso de suas ações trazem consequências reais. Toda essa carga, somada ao seu já premiado talento como diretor, resultam em uma obra fantástica, uma das melhores de sua carreira.