domingo, 29 de agosto de 2010

Toy Story 3- Dir. Lee Unkrich – Tom Hanks, Ben Tim Allen, Joan Cusak, Ned Beatty – 2010


Com a ida de Andy para a faculdade, Woody, Buzz e o resto de seus brinquedos acabam sendo doados por engano para uma creche infantil, e cabe a Woody convencer os demais brinquedos de que eles foram parar lá por engano, e que devem escapar e retornar a casa de Andy.

Sequências de filmes de sucesso podem ser muito arriscadas, principalmente se os primeiros filmes fazem sucesso. Isso acontece porque cada vez que uma seqüência é lançada espera-se que ela supere as expectativas geradas pelo filme inicial. E quanto mais tempo levar para essa seqüência ser lançada, mais difícil é a tarefa, porque conforme o tempo passa, os fãs vão ficando cada vez mais ansiosos até um ponto em que fica quase impossível agradá-los. Mas Toy Story 3 conseguiu sair-se bem em todas essas dificuldades e colocar-se como uma das melhores seqüência de animação dos últimos anos. O novo tema, abordando uma nova fase da vida de Andy abriu uma nova perspectiva, e questões como abandono, preconceito e igualdade são abordadas de forma leve, mas precisa. Além disso, o filme é recheado de excelentes tiradas de humor e de novos personagens, com destaque para o boneco Ken, que dublado pelo Michael Keaton, protagoniza as melhores piadas. Por tudo isso, Toy Story 3 é um longa de animação emocionante, muito bem feito, e imperdível para os fãs do gênero.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Intrigas de Estado (State of Play) - Dir. Kevin MacDonald – Russel Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams, Helen Mirren, Robin Wright – 2009


O jornalista Cal McAffrey (Crowe) tenta ajudar o antigo colega de faculdade, , o Deputado Stephen Collins (Affleck), a se livrar de um escândalo graças ao aparente suicídio de sua assistente, com quem Collins tinha um caso. Mas ao investigar o caso, McAffrey descobre uma grande conspiração envolvendo o governo americano.

Mais uma vez um filme de Hollywood aborda negativamente a questão da terceirização da guerra por parte do governo americano, evidenciando um medo por parte dos americanos de se tornarem reféns de empresas que eles mesmos construíram. Além disso, esse tipo de abordagem evidencia a questão comercial que envolve as intervenções militares pelo mundo, deixando um pouco de lado a ideologia "pura" do governo americano de ajuda aos necessitados. Assim, sobre esse pano de fundo se desenrola a trama política de Intrigas de Estado. O filme conta com uma boa história, que só se revela totalmente nos minutos finais, prendendo a atenção do espectador durante todo o longa. Outro ponto positivo é a presença da vencedora do Oscar de 2006, Helen Mirren, que no longa vive a editora chefe do jornal onde Cal McAffrey trabalha. O filme conta com alguma ação e um ou dois tiros, mas é a trama bem construída e bem dirigida, assinada por Kevin MacDonald , de O Último Rei da Escócia, além da sempre competente atuação de Russel Crowe, que fazem o longa valer a pena.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Os Mercenários (The Expendables) - Dir. Sylvester Stallone – Sylvester Stallone, Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren, Gisele Itié – 2010

Um grupo de mercenários é contratado para derrubar um ditador um que governa uma ilha na América do Sul, e ao visitar a ilha, o líder do grupo, Barney Ross (Stallone) conhece Sandra (Itié) e apesar de considerar o trabalho muito arriscado, decide retornar a ilha para resgatá-la.

Os Mercenários pode ser analisado de duas formas, a primeira a partir do espectador que vai ao cinema para ver o elenco recheado de atores de ação dos anos 80, 90 e atuais batendo uns nos outros e explodindo tudo, atirando com armas que explodem paredes, sem se preocupar muito com fatores como história, narrativa, bom senso, etc. Dentro dessa premissa, o espectador vai se divertir com as cenas de ação, algumas tiradas de humor relativamente boas, um certo conflito ideológico mostrando a redenção do soldado perdido através da boa ação (remunerada, mas enfim...) e uma cena, essa sim memorável, de um diálogo entre Bruce Willis, Stallone e Arnold Schwarzenegger, três dos maiores ícones de ação da história de Hollywood. Agora, se Os Mercenários for visto como um filme sério, ele se torna um péssimo filme sério, com uma história sem pé nem cabeça, personagens sem sentido, infindáveis clichês, algumas atuações ridículas e cenas de ação tão inverossímeis que beiram o cômico. Vale ressaltar que apesar de ter sido filmado em parte no Brasil, não há nenhuma referência ao País, inclusive, na ilha onde se passa a trama, os personagens falam espanhol.

Salt - Dir. Phillip Noyce – Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor – 2010

Uma agente da CIA é acusada por um informante de ser uma espiã russa infiltrada no governo americano com o objetivo de assassinar o presidente russo durante sua visita aos Estados Unidos, e assim, criar um incidente internacional.

O papel principal do filme Salt foi originalmente oferecido a Tom Cruise, que recusou para participar do longa Encontro Explosivo. Assim, o personagem tornou-se feminino e Jolie foi escolhida para representá-lo. E ela cumpre o papel com perfeição, deixando sua figura feminina tornar o personagem muito mais interessante. Salt é um daqueles filmes onde a ação não para do início ao fim, cada vez que o espectador imagina que já entendeu a história, algo acontece e tudo muda de rumo. O diretor Phillip Noyce tem experiência tramas de ação internacionais, tendo dirigido Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato nos anos 90, e em Salt conseguiu produzir um filme empolgante apesar de explorar um tema mais do que batido, no caso uma rivalidade entre Estados Unidos e Rússia. O ritmo do longa lembra a Identidade Bourne, repleto de cenas de ação bem elaboradas e emocionantes, que fazem valer a pena.

Código de Conduta (Law Abiding Citizen) - Dir. F. Gary Gray – Jamie Foxx, Gerald Butler – 2009

Dois criminosos invadem a casa de Clyde, (Gerald Butler), e durante o roubo, assassinam sua família. Após manobras legais e um acordo da defesa com promotor (Jamie Foxx), só um dos bandidos é condenado, enquanto o outro recebe apenas uma pena branda. Dez anos depois, Clyde busca vingança contra o sistema que falhou em condenar os assassinos de sua família.

Código de Conduta é um daqueles thrillers de ação e suspense que prendem o espectador na história. O diretor F. Gary Gray, de Be Cool, conduz a trama de uma forma interessante, fazendo com que o personagem de Butler ganhe a simpatia do público antes de torná-lo vilão, assim como faz o personagem de Foxx ganhar a antipatia do público antes de torná-lo o herói. Então, quando as mortes acontecem e a trama se desenvolve, o espectador acaba simpatizando com a causa do vilão, mesmo não concordando com seus meios. Outro ponto positivo do filme é a forma como ele aborda a questão de como as vezes a justiça americana não funciona corretamente dentro dos meios legais, devido a questões envolvendo burocracia e ego de advogados buscando fama. Código de Conduta é um filme bem conduzido, bem interpretado, com uma boa história. Apesar de não ser excepcional, como entretenimento, compre bem seu papel.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Lobisomem (The Wolfman) - Dir. Joe Johnston – Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Hugo Weaving, Emily Blunt – 2010


Um famoso ator londrino (Del Toro) retorna a Blackwood, sua terra natal, a pedido da noiva de seu irmão, que estava desaparecido, mas ao chegar à casa de seu pai, o encontra morto por uma terrível fera que já matou vários habitantes.

O filme Lobisomem é uma refilmagem de The Wolfman, clássico de horror da década de 40. A versão de 2010 é dirigida por Joe Johnston, que como diretor não tem nenhum grande filme no currículo. Essa falta de experiência se mostra evidente em algumas soluções utilizadas no filme, como a repetidas acelerações no tempo para fazer a história andar. Além disso, as cenas que envolvem o lobisomem são sangrentas em excesso, e a grande quantidade de membros voando as vezes nos faz imaginar se não estamos diante de um filme de terror B que mascara a falta de enredo com cenas de violência extremamente gráficas. Talvez essa seja a causa pela qual o filme não convence. Lobisomem vale pelo elenco, com atores como Benicio Del Toro e Anthony Hopkins, que mostram, nas cenas em que o roteiro possibilita, porque são tão premiados, mas decepciona na fraca e previsível condução da história.

domingo, 15 de agosto de 2010

O Bem Amado - Dir. Guel Arraes – Marco Nanini, José Wilker, Caio Blat, Matheus Nachtergaele – 2009


O político Odorico Paraguaçu assume a prefeitura de Sucupira usando como base de sua campanha a promessa da construção de um cemitério, e após a conclusão da superfaturada obra, começa a buscar um defunto para inauguração, enquanto lida com a oposição do jornal local.

O Bem Amado, de Dias Gomes foi ao ar na década de 70, como a primeira novela a cores da televisão brasileira. Na produção, o papel principal era vivido por Paulo Gracindo. A história, que voltou como série televisiva na década de 80 e ficou quatro anos no ar tinha um contexto político muito importante quando foi lançada, e talvez isso tenha contribuído de forma positiva para seu sucesso na época. Na adaptação de Guel Arraes para o cinema, quem vive Odorico Paraguaçu é Marco Nanini, que assim como todo o elenco, tem uma atuação competente, mas um pouco teatral demais, à exceção de José Wilker, está excelente na pele do pistoleiro Zeca Diabo. Mas a atuação não salva o filme. Apesar de muito bem executado, O Bem Amado é um filme que cansa o espectador. Os diálogos são criativos e bem escritos, mas excessivos, tornado o filme muito “falado”, e após um tempo, as expressões peculiares que a princípio são divertidas, principalmente nos discursos de Odorico, aparecem com tanta freqüência que perdem o valor cômico e tornam-se repetitivas, e em alguns casos, difíceis de entender. E assim, passada a primeira hora de filme, temos a impressão que O Bem Amado é um filme onde nada acontece. São muitos personagens interessantes e capazes de serem explorados, mas a maioria é tratada de forma superficial e se torna dispensável. Quando é apresentada, por exemplo, a história de amor entre o personagem de Caio Blat e a filha de Odorico, vivida por Maria Flor, surge a esperança de que o filme “se movimente” pela possibilidade de conflito que a situação propõe, mas a história é praticamente deixada de lado e não interfere na trama em nenhum momento, podendo ser até excluída do filme sem nenhum dano a narrativa. O Bem Amado é um filme bem feito, sobre uma história que já se mostrou boa, mas que ao ser passada para o cinema, tornou-se cansativa e lenta. Talvez tenha sido mal adaptada, talvez tenha apenas envelhecido, o fato é que ela não sustenta, da forma como foi apresentada, as duas horas de filme.

sábado, 14 de agosto de 2010

Os Homens que Encaravam Cabras (The Men Who Stare at Goats) - Dir. Grant Heslov – George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges, Kevin Spacey – 2009

Após a esposa trocá-lo pelo chefe, o repórter Bob Wilton (McGregor) resolve ir ao Iraque em busca de uma matéria que lhe trouxesse orgulho e prestígio como jornalista. Lá ele conhece Lyn Cassady (Clooney), que diz ser ex-membro de uma unidade do exército chamada Soldados da Nova Terra, especializada em atividades paranormais.

Os Homens Que Encaravam Cabras, história baseada no livro homônimo de Jon Ronson, é uma comédia sobre uma unidade dentro do exército americano formada durante a guerra do Vietnã, que sob o comando de Bill Django (Bridges), um soldado que após retornar do campo de batalha abraça valores e costumes Hippies totalmente contrários às idéias do exército, passa a desenvolver treinamentos paranormais tendo a paz e a não violência como princípios. Esse é o primeiro grande filme de Grant Heslov como diretor, e logo na estréia ele já conta com elenco onde três dos quatro principais atores têm um Oscar (ou dois) na estante, e no longa essa experiência é clara na excelente atuação de Clooney, Bridges, Spacey e McGregor (único sem um Oscar até o momento). O filme é conduzido de uma forma ambígua, deixando sempre o repórter, vivido por McGregor, na dúvida se a história contada pelo personagem de Clooney sobre os Jedis (como os soldados da Nova Terra se auto-denominavam) era verídica ou apenas um delírio de um desses americanos meio loucos que as vezes vemos por aí. Ao terminar o filme ficamos com a clara impressão de que esse foi um trabalho que os atores e o diretor se divertiram fazendo, e o resultado disso é uma excelente sátira do militarismo americano.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Origem (Inception) - Dir. Christopher Nolan – Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Ken Watanabe, Marion Cotillard – 2010


Dom Cobb (DiCaprio) é um especialista em invadir os sonhos das pessoas e roubar segredos. Ao receber uma proposta para uma missão até então considerada impossível, que consiste em ao invés de roubar, plantar uma ideia em um sonho, ele decide se arriscar a ir mais fundo do que jamais foi na mente de alguém, e acaba sendo obrigado a enfrentar seus próprios fantasmas.

“A Origem” é um projeto antigo de Nolan, mas só após o estrondoso sucesso de seus dois últimos filmes, os excelentes “Batman Begins” e “Batman, The Dark Knight”, ele conseguiu o prestígio necessário para uma empreitada tão arriscada. Arriscada por ser um filme onde a história alterna entre o ambiente dos sonhos e a realidade, e por isso, possibilita um gama quase infinita de possibilidades estéticas e narrativas. Esse mundo de opções pode levar o diretor a se perder em efeitos especiais e conceitos subjetivos e acabar com um filme de ficção sem muita personalidade. Mas acontece exatamente o oposto. Nolan constrói uma excelente trama, que intercala a ação e o enredo de espionagem com o drama pessoal de Cobb, vivido por DiCaprio, que sofre com a repetida aparição da falecida esposa (Cotillard) em suas missões no mundo onírico, obrigando-o enfrentar os fantasmas de seu subconsciente.

A liberdade de criação proporcionada por um mundo de sonhos aliada a experiência de Nolan em conflitos psicológicos, já que além dos dois Batman ele também assina a direção de “Amnésia”, (2000), gera uma trama envolvente e bem construída, com efeitos impressionantes não só pela perfeição técnica, mas pelo conceito em . Um elenco competente aliado a uma trama bem conduzida fazem de “A Origem” um filme imperdível.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Simplesmente Complicado (It’s Complicated) - Dir. Nancy Meyers – Meryl Streep, Alec Baldwin, Steve Martin – 2009



Na ocasião da formatura de um dos filhos, Jane retoma o contato com o ex-marido, casado com uma mulher bem mais nova. Esse contato reacende a antiga paixão entre os dois e os leva a iniciar uma complicada relação.

Nancy Meyers parece estar cada vez mais confortável nesse tipo de romance. Depois de Alguém Tem que Ceder e O Amor Não Tira Férias, a diretora mais uma vez se aproveita da fórmula que a consagrou: Um elenco muito competente e uma história leve e divertida. Mais uma vez a fórmula funciona. A história segue a mesma linha do Alguém Tem que Ceder, abordando as desventuras amorosas de personagens acima dos 50 anos, aparentemente bem resolvidos, com toda a sofisticação e independência que a experiência de vida que essa idade proporciona, algo não tão explorado nas recentes comédias românticas. A narrativa segue leve durante todo o filme, alternando momentos de romance e humor, e nem mesmo no que seria o clímax do longa tensão sobe... Mas isso não é ruim. A partir do momento em que aceitamos a temática leve e despretenciosa, o filme diverte prende a atenção. Vale a pena também pela interpretação muito divertida da dupla BaldwinStreep, e da presença do Steve Martin, que assim como Jack Black no Amor Não Tira Férias, nesse filme se distancia da atuação “pastelão” e contribui positivamente para trama.

Invictus - Dir. Clint Eastwood – Morgan Freeman, Matt Damon – 2009

Logo após assumir a presidência da Africa do Sul, Nelson Mandela (Freeman) toma como missão pessoal apoiar o time sul-africano de Rugby, que era em sua maioria composto por jogadores brancos e desacreditado pela maioria negra. Indicado a dois oscars, melhor ator para Freeman e melhor ator coadjuvante para Damon.

Clint Eastwood se aventurou em um tema meio perigoso ao dirigir um filme cujo principal personagem é uma figura tão emblemática e importante como Nelson Mandela. Além disso, abordar a questão do Aparthied, drama tão recente e tão vivo na memória sul-africana e mundial também é um risco muito grande. Por isso a escolha da história do time de rugby e sua trajetória rumo ao campeonato mundial como foco da história funciona tão bem. O filme deixa de abordar as diferenças para focar-se na reconciliação através do esporte, e deixa questões como tolerância, aceitação e perdão serem abordadas sob uma ótica diferente, onde o campeonato é apenas um pano de fundo para o desenvolvimento de temas mais profundos.