domingo, 30 de janeiro de 2011

O Turista (The Tourist) - Dir. Florian Henckel von Donnersmarck – Angelina Jolie, Johnny Depp, Paul Bettany, Timothy Dalton


Angelina Jolie interpreta Elise, uma bela mulher que é vigiada pela a Scotland Yard por supostamente ter um relacionamento com um foragido contador, Alexander Pierce, que roubou bilhões de um mafioso inglês. Para despistar seus seguidores, Elise se envolve com um turista, interpretado por Johnnie Depp, que passa a ser alvo tanto da Scotland Yard como do mafioso, que o confundem com Pierce.

Assistindo o trailer de O Turista, fiquei com a impressão de estar diante de um filme de ação, talvez pela escolha do elenco, talvez pela edição do trailer. E então, assistindo o filme, confesso que fiquei um pouco decepcionado. Não que filme seja ruim, mas para quem vai com essa espectativa, O Turista pode parecer meio parado. Mas botando essa questão de lado, o longa tem bons momentos, principalmente quando o diretor explora a beleza de Angelina. Esses momentos geram boas sequências, e as vezes até algum humor. O diretor, Florian Henckel von Donnersmarck, ainda não tem grandes trabalhos em Hollywood, esse filme parece ser o primeiro dele nessas proporções. No mais, O Turista acaba sendo um filme comum, um tanto previsível, sem grandes emoções ou suspense, que se não tivesse o elenco que tem, passaria desapercebido.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Aposentados e Perigosos (Red) - Dir. Robert Schwentke – Bruce Willis, Morgan Freeman, John Malkovich, Mary-Luise Parker, Helen Mirren– 2010

Frank Moses é um agente aposentado da CIA, vivendo uma vida solitária e bucólica até começar a ser perseguido por um agente com ordens para matá-lo a qualquer custo. Frank então entra em contato com seus antigos colegas para descobrir quem o quer morto.

O elenco sozinho já chama atenção no longa, que é estrelado por Bruce Willis fazendo o tipo galã-valentão que ele já domina desde A Gata e o Rato. O resto do elenco faz o que se espera que dele e domina seus respectivos papéis, o que no caso de RED, faz toda a diferença, pois apesar da idéia ser interessante, o filme peca em alguns momentos em que cruza a linha daquela ação hollywoodiana meio plausível e torna algumas cenas meio absurdas demais. Fica parecendo que o diretor Robert Schwentke se “empolgou” e acabou forçando a barra em alguns momentos, e em algumas sequências a ação se torna meio ridícula. Mas no geral, Red funciona como uma opção para quem quer um filme com um pouco de ação, um pouco de comédia, e nomes de peso e não faz questão de muito capricho na história.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Resident Evil 4: Recomeço (Resident Evil: Afterlife 3D)- Dir. Paul W. S. Anderson – Mila Jojovich, Ali Larter, Wentworth Miller, Boris Kodjoe - 2010

Após acreditar ter destruído toda a Umbrella Corporation, Alice começa a busca por Arcádia, um lugar onde não há infecção nem zumbis. Mas ao encontrar Arcádia vazia, Alice começa a voar pelo continente em busca de sobreviventes, até encontrar em Los Angeles um grupo preso em um presídio cercado por zumbis.

Quarto longa da franquia originária do jogo de vídeo-game homônimo que tem sua legião de fãs, Resident Evil 4 segue uma linha diferente dos demais filmes da franquia. Neste filme há menos ação, menos batalhas e considerávelmente menos zumbis. Sim, eles aparecem aos milhares, mas em poucas cenas e sua presença não tem uma relevância tão grande, o que pode decepcionar os fãs da série. Logicamente, quando o espectador senta no cinema para assistir uma história sobre um mundo assolado por zumbis, ele deve estar pronto para aceitar certas, digamos, liberdades criativas, mas mesmo assim, o filme é recheado de justificativas pouco plausíveis e histórias mal-contadas. Resident Evil 4 também abusa dos efeitos 3D, com objetos sendo atirados na cara do espectador durante o filme inteiro, mas na maioria do tempo, o 3D é totalmente dispensável. Dentre os quatro filmes , Resident Evil 4 é o mais fraco, parecendo um esforço em manter uma franquia já esgotada.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Nosso Lar - Dir. Wagner de Assis – Renato Pietro, Fernando Alves Pinto, Rosane Mulholland - 2010


Ao falecer, André Luiz acorda na região chamada Umbral, e após sofrer por conta de seus pecados, é levado à cidade espiritual Nosso Lar, onde aprende sobre o real sentido da vida e sua missão na Terra.

O espiritismo anda sendo tema desde novelas da Globo, passando pelo longa Chico Xavier e indo até Hollywood, no filme HereAfter, de Clint Eastwood, com lançamento previsto para outubro na terra do Tio Sam. Nosso Lar é baseado no livro de mesmo nome, de autoria atribuída ao espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier. O filme é leve, com uma história com muitas mensagens "do bem" e com poucos momentos de tensão, sendo que talvez o maior deles seja nos primeiros quinze minutos de filme. A partir daí o filme se torna um relato que beira o documental, sobre a religião espírita e seus conceitos, onde cada ação do personagem principal leva a algum tipo de lição, e para aqueles que não seguem o espiritismo, isso talvez torne o filme um pouco cansativo. Mesmo sem ler o livro, o espectador fica com impressão de que a história foi condensada, já que a evolução do personagem acontece muito rapidamente, e a explicação sobre a cidade Nosso Lar ocorre de forma rápida e confunde um pouco os leigos no assunto. Do ponto de vista técnico, a qualidade dos efeitos e algumas interpretações lembram aqueles filmes americanos "feitos para televisão" (lê-se baixo orçamento, para os padrões americanos). Nada chega a ser ruim, mas alguns efeitos e algumas interpretações poderiam ser melhores. No mais, Nosso Lar é um filme que pode ser muito interessante e uma boa experiência para o espectador aberto ao que ele tem a oferecer.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Zona Verde (The Green Zone) - Dir. Paul Greengrass – Matt Damon, Greg Kinnear, Brendan Gleeson - 2010


O capitão de uma unidade de busca de armas químicas do exército americano começa a desconfiar de suas missões no Iraque, já que continuamente é mandado a lugares sem nenhuma evidência de ameaças biológicas ou químicas. Ao acidentalmente encontrar um general procurado por sua participação o no regime de Saddam Hussein, ele acaba descobrindo uma grande conspiração.

A guerra dos Estados Unidos com Oriente Médio, (no Kuait contra o Iraque nos anos 90, Iraque agora, Afeganistão e sabe-se quem mais nos próximos anos) tem suprido Hollywood com uma grande variedade de filmes de guerra. Assim como aconteceu na época do Vietnã, os filmes dividem-se em várias linhas, das quais: Filmes sobre o heroísmo americano diante da ameaça e da bravura e nobreza de seu exército, filmes que seguem a linha mais realista e retratam o que acontece no campo de batalha e a vida dos soldados, sem evidenciar abertamente nenhuma ideologia, e filmes que atacam o próprio governo americano, suas políticas e suas atitudes. Tenho certeza de que todos conseguimos pensar em exemplos para cada uma dessas linhas, e as vezes alguns filmes se embaralham entre elas. O longa Zona Verde segue a linha da crítica ao governo, principalmente na questão da busca por armas químicas no Iraque, anunciada como razão para a invasão do Iraque. O filme tem uma boa dose de ação, um pouco de teorias conspiratórias (reais ou não, não entrarei nessa discussão), e tem tudo que um filme de guerra atual deve ter. Apesar de olharmos para o Matt Damon e vermos o Jason Bourne, os personagens são diferentes, e Damon cumpre bem seu papel. No final, Zona Verde é um bom filme interessante, que prende bem a atenção tem uma boa história, mas soa um pouco "mais do mesmo".

sábado, 11 de setembro de 2010

Karate Kid - Dir. Harald Zwart – Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson - 2010

Filme baseado no longa homônimo de 1984, conta a história de Dre Parker (Smith), um garoto de 12 anos que é obrigado a mudar para a China devido ao trabalho de sua mãe. Na China, Dre tem problemas para se adaptar e acaba arranjando problemas com seus colegas de colégio, e encontra no Kung Fu ensinado por Mr. Han (Chan), o zelador de seu prédio, uma forma de lidar com seus problemas.

Em 1984, a primeira versão de Karate Kid, com o icônico Sr. Miyagi e Daniel, seu aprendiz, fez muito sucesso, e até hoje a forma pouco ortodoxa de treinamento do Sr. Miyagi ainda rende piadas para quem lembra do filme. Essa nova versão muda um pouco o contexto da história, mas segue os mesmos moldes do filme original, com algumas diferenças. A primeira e mais gritante, é que o filme se passa na China, e a arte marcial usada é o kung fu, não justificando assim o nome do filme. Além disso, enquanto alguns fãs do antigo filme possam julgar essa nova versão meio boba, ela é claramente voltada para o público infantil ou adolescente, os personagens são mais jovens e a história é mais inocente. Mas Karate Kid é um filme divertido, com diversas mensagens "do bem" e alguns momentos interessantes onde é retratada a cultura e a vida contemporânea chinesa. No mais, o longa tem uma boa história, recheada de humor inocente e cenas de luta bem coreografadas (e sem um pingo de sangue) que vão divertir o público alvo, e fazer algumas crianças pedirem para os pais os levarem para aulas de Kung Fu.

Chico Xavier - Dir. Daniel Filho – Nelson Xavier, Angelo Antônio, Matheus Costa, Tony Ramos, Christiane Torloni - 2010

Chico Xavier é um filme importante e de muito peso, porque vai além das telas e mexe com algo muito presente na cultura brasileira: a fé. A história de Chico Xavier se mistura com a história do espiritismo no Brasil, e falar sobre ele é falar da crença de milhões de brasileiros. Por isso não vou escrever sobre suas ações, seus livros, sobre seu valor como pessoa e como líder espiritual. Vou falar apenas sobre o filme e sobre o que ele trasmite, já que é essa a idéia desse blog. Deixarei de lado as questões religiosas, pois isso cabe a cada um avaliar, de acordo com seus conceitos e suas crenças e sua fé.

Chico Xavier é um longa dirigido pelo Daniel Filho, e com ele vem junto todo o padrão Globo, um excelente elenco, uma boa direção de fotografia, boas locações. Mas o filme vai além disso. Daniel Filho resolve contar a história inicial a partir do ponto de vista do próprio Chico, com seus dramas de uma infância recheada de tristeza pela falta da mãe, e do medo das reações que suas visões causavam nas pessoas ao seu redor. Além disso, Daniel Filho mescla a vida pessoal de Chico com cenas de um programa de televisão em que Chico foi entrevistado e expôs suas ideias, quando já havia escrito diversos livros e já possuia fama mundial. Assim, o longa mostra uma pessoa que conseguiu superar seus medos e sua solidão atravez do altruísmo, da ajuda aos necessitados para se tornar um símbolo de uma religião e de uma cultura. Os atores que representão as fases da vida de Chico fazem um excelente trabalho, e são tão bem caracterizados, que a passagem de tempo ocorre de maneira natural. O fato de o personagem principal receber visitas de espíritos poderia gerar abusos nos efeitos especiais e no sensacionalismo, mas o diretor faz a acertada escolha de abordar essa questão de uma forma sutil e orgânica, tornando-a aceitável e leve. Assim, longa Chico Xavier é muito bem-feito, e transmite uma mensagem de bondade e de altruísmo que transcende a barreira das religiões e o torna um bom filme para qualquer um.

Um Sonho Possível (The Blind Side) - Dir. John Lee Hancock – Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw - 2009

Longa que conta a história real de Michael Oher, um adolescente americano negro de origem sofrida e humilde, que é acolhido por uma família branca da alta sociedade de Memphis, e graças a ajuda de sua nova mãe, começa a jogar futebol americano, onde é descoberto como grande destaque.

Sandra Bullock recebeu o Oscar por sua atuação em Um Sonho Possível ao viver Leigh Anne Tuohy, uma rica mãe de família de Memphis que se comove com a situação de Michael Oher e o acolhe em sua família. No início do ano Michael Oher deu uma entrevista falando sobre o filme, e disse: "É um bom filme, mas não retrata tudo fielmente, é Hollywood." De fato, em alguns momentos, é realmente difícil acreditar na forma como as coisas acontecem. Não estou tirando o mérito da Sra. Tuohy da vida real, mas sua personagem no filme é tão corajosa e tão decidida que as vezes chega a ser inverossímil. O longa pincela questões sobre preconceito e oportunidade, mas não se aprofunda em nenhuma delas. Assim, Um Sonho Possível, deixa a impressão de que retrata um história "filtrada", onde acaba faltando um pouco de drama, já que é difícil acreditar que uma história como essa, na vida real, tenha ocorrido de maneira tão tranquila. No final, podemos falar que Um Sonho Possível mostra uma lição de vida? Sim, podemos, mas também acredito nas palavras do Sr. Oher da vida real: "É um bom filme, mas não retrata tudo fielmente, é Hollywood."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Estão Todos Bem (Everybody's Fine) - Dir. Kirk Jones – Robert De Niro, Sam Rockwell, Kate Backinsale, Drew Barrymore – 2009

Frank Goode (De Niro) vive sozinho há oito meses após a morte de sua esposa. Após uma tentativa frustrada de reunir seus quatro filhos em um churrasco, resolve fazer uma surpresa e visitá-los um a um, em diferentes cidades dos Estados Unidos.

Estão Todos Bem aborda a questão das relações de uma família onde o pai detém a figura severa e provedora, e acaba criando uma distância entre os filhos, devido a sua postura rígida e às suas cobranças. Após a morte de sua esposa, perde o contato com os filhos, já que nunca conseguiu atingir um grau de afinidade com eles. Insatisfeito com essa distância, ele inicia uma jornada em busca se suas crianças, como ele mesmo as chama, e acaba aos poucos os descobrindo como adultos, com problemas e questões complexas como qualquer outro adulto, e que ele como pai, não consegue resolver. Esses problemas acabam colocando o personagem principal em dúvida sobre o seu sucesso como pai, já que nenhum de seus filhos conseguiu corresponder ao seu conceito pessoal de sucesso e felicidade, mas nem por isso são infelizes. Estão Todos Bem marca uma investida de Robert De Niro no drama, gênero do qual ele andava meio distante, e no qual ele consegue colocar uma carga emocional em seu personagem que lembra porque é um ator tão premiado. O longa é conduzido de forma muito competente pelo diretor Kirk Jones, que apesar da falta de experiência, consegue entregar uma obra bem feita e convincente, abordando a busca por redenção do personagem principal de uma forma emocionante e comovente, sem apelar para o drama barato. Estão Todos Bem é um filme despretensioso, bem dirigido e bem interpretado, tornando-se uma ótima opção.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Aprendiz de Feiticeiro (The Sorcerer's Apprentice) - Dir. Jon Turteltaub – Nicolas Cage, Jay Baruchel, Alfred Molina – 2010

Balthazar sai em busca de um aprendiz depois da morte de Merlin, seu antigo mestre, e após mil anos, encontra Dave, um tímido rapaz em Nova Iorque que pode ser seu sucessor. Balthazar precisa então ensinar rapidamente Dave a usar seus poderes, para poder contar com sua ajuda na batalha contra Hovarth, seu inimígo, que destruir o mundo.

Aprendiz de Feiticeiro é um clássico filme da Disney, com sua história e seus personagens repletos de todos aqueles clichês tão comuns nos filmes da marca. Tem o menino tímido e excluído, mas repleto de bondade e de um grande poder que nem imagina, tem o velho guerreiro que busca um aprendiz para uma importante tarefa, tem a menina mais bonita da classe que ri do garoto timido, tem até uma pequena paródia do clássico Fantasia, e lógicamente, tem o maléfico vilão que quer destruir o mundo. A mistura de tudo isso resulta em um filme cheio de lições de moral políticamente corretas , e completamente previsível. Tudo isso não faz de Aprendiz de Feiticeiro um filme ruim, deixa-o apenas dispesável. Provavelmente as crianças que gostam de histórias de magia e finais felizes vão gostar do filme, e talvez seja só esse o objetivo da produção.

domingo, 29 de agosto de 2010

Toy Story 3- Dir. Lee Unkrich – Tom Hanks, Ben Tim Allen, Joan Cusak, Ned Beatty – 2010


Com a ida de Andy para a faculdade, Woody, Buzz e o resto de seus brinquedos acabam sendo doados por engano para uma creche infantil, e cabe a Woody convencer os demais brinquedos de que eles foram parar lá por engano, e que devem escapar e retornar a casa de Andy.

Sequências de filmes de sucesso podem ser muito arriscadas, principalmente se os primeiros filmes fazem sucesso. Isso acontece porque cada vez que uma seqüência é lançada espera-se que ela supere as expectativas geradas pelo filme inicial. E quanto mais tempo levar para essa seqüência ser lançada, mais difícil é a tarefa, porque conforme o tempo passa, os fãs vão ficando cada vez mais ansiosos até um ponto em que fica quase impossível agradá-los. Mas Toy Story 3 conseguiu sair-se bem em todas essas dificuldades e colocar-se como uma das melhores seqüência de animação dos últimos anos. O novo tema, abordando uma nova fase da vida de Andy abriu uma nova perspectiva, e questões como abandono, preconceito e igualdade são abordadas de forma leve, mas precisa. Além disso, o filme é recheado de excelentes tiradas de humor e de novos personagens, com destaque para o boneco Ken, que dublado pelo Michael Keaton, protagoniza as melhores piadas. Por tudo isso, Toy Story 3 é um longa de animação emocionante, muito bem feito, e imperdível para os fãs do gênero.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Intrigas de Estado (State of Play) - Dir. Kevin MacDonald – Russel Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams, Helen Mirren, Robin Wright – 2009


O jornalista Cal McAffrey (Crowe) tenta ajudar o antigo colega de faculdade, , o Deputado Stephen Collins (Affleck), a se livrar de um escândalo graças ao aparente suicídio de sua assistente, com quem Collins tinha um caso. Mas ao investigar o caso, McAffrey descobre uma grande conspiração envolvendo o governo americano.

Mais uma vez um filme de Hollywood aborda negativamente a questão da terceirização da guerra por parte do governo americano, evidenciando um medo por parte dos americanos de se tornarem reféns de empresas que eles mesmos construíram. Além disso, esse tipo de abordagem evidencia a questão comercial que envolve as intervenções militares pelo mundo, deixando um pouco de lado a ideologia "pura" do governo americano de ajuda aos necessitados. Assim, sobre esse pano de fundo se desenrola a trama política de Intrigas de Estado. O filme conta com uma boa história, que só se revela totalmente nos minutos finais, prendendo a atenção do espectador durante todo o longa. Outro ponto positivo é a presença da vencedora do Oscar de 2006, Helen Mirren, que no longa vive a editora chefe do jornal onde Cal McAffrey trabalha. O filme conta com alguma ação e um ou dois tiros, mas é a trama bem construída e bem dirigida, assinada por Kevin MacDonald , de O Último Rei da Escócia, além da sempre competente atuação de Russel Crowe, que fazem o longa valer a pena.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Os Mercenários (The Expendables) - Dir. Sylvester Stallone – Sylvester Stallone, Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren, Gisele Itié – 2010

Um grupo de mercenários é contratado para derrubar um ditador um que governa uma ilha na América do Sul, e ao visitar a ilha, o líder do grupo, Barney Ross (Stallone) conhece Sandra (Itié) e apesar de considerar o trabalho muito arriscado, decide retornar a ilha para resgatá-la.

Os Mercenários pode ser analisado de duas formas, a primeira a partir do espectador que vai ao cinema para ver o elenco recheado de atores de ação dos anos 80, 90 e atuais batendo uns nos outros e explodindo tudo, atirando com armas que explodem paredes, sem se preocupar muito com fatores como história, narrativa, bom senso, etc. Dentro dessa premissa, o espectador vai se divertir com as cenas de ação, algumas tiradas de humor relativamente boas, um certo conflito ideológico mostrando a redenção do soldado perdido através da boa ação (remunerada, mas enfim...) e uma cena, essa sim memorável, de um diálogo entre Bruce Willis, Stallone e Arnold Schwarzenegger, três dos maiores ícones de ação da história de Hollywood. Agora, se Os Mercenários for visto como um filme sério, ele se torna um péssimo filme sério, com uma história sem pé nem cabeça, personagens sem sentido, infindáveis clichês, algumas atuações ridículas e cenas de ação tão inverossímeis que beiram o cômico. Vale ressaltar que apesar de ter sido filmado em parte no Brasil, não há nenhuma referência ao País, inclusive, na ilha onde se passa a trama, os personagens falam espanhol.

Salt - Dir. Phillip Noyce – Angelina Jolie, Liev Schreiber, Chiwetel Ejiofor – 2010

Uma agente da CIA é acusada por um informante de ser uma espiã russa infiltrada no governo americano com o objetivo de assassinar o presidente russo durante sua visita aos Estados Unidos, e assim, criar um incidente internacional.

O papel principal do filme Salt foi originalmente oferecido a Tom Cruise, que recusou para participar do longa Encontro Explosivo. Assim, o personagem tornou-se feminino e Jolie foi escolhida para representá-lo. E ela cumpre o papel com perfeição, deixando sua figura feminina tornar o personagem muito mais interessante. Salt é um daqueles filmes onde a ação não para do início ao fim, cada vez que o espectador imagina que já entendeu a história, algo acontece e tudo muda de rumo. O diretor Phillip Noyce tem experiência tramas de ação internacionais, tendo dirigido Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato nos anos 90, e em Salt conseguiu produzir um filme empolgante apesar de explorar um tema mais do que batido, no caso uma rivalidade entre Estados Unidos e Rússia. O ritmo do longa lembra a Identidade Bourne, repleto de cenas de ação bem elaboradas e emocionantes, que fazem valer a pena.

Código de Conduta (Law Abiding Citizen) - Dir. F. Gary Gray – Jamie Foxx, Gerald Butler – 2009

Dois criminosos invadem a casa de Clyde, (Gerald Butler), e durante o roubo, assassinam sua família. Após manobras legais e um acordo da defesa com promotor (Jamie Foxx), só um dos bandidos é condenado, enquanto o outro recebe apenas uma pena branda. Dez anos depois, Clyde busca vingança contra o sistema que falhou em condenar os assassinos de sua família.

Código de Conduta é um daqueles thrillers de ação e suspense que prendem o espectador na história. O diretor F. Gary Gray, de Be Cool, conduz a trama de uma forma interessante, fazendo com que o personagem de Butler ganhe a simpatia do público antes de torná-lo vilão, assim como faz o personagem de Foxx ganhar a antipatia do público antes de torná-lo o herói. Então, quando as mortes acontecem e a trama se desenvolve, o espectador acaba simpatizando com a causa do vilão, mesmo não concordando com seus meios. Outro ponto positivo do filme é a forma como ele aborda a questão de como as vezes a justiça americana não funciona corretamente dentro dos meios legais, devido a questões envolvendo burocracia e ego de advogados buscando fama. Código de Conduta é um filme bem conduzido, bem interpretado, com uma boa história. Apesar de não ser excepcional, como entretenimento, compre bem seu papel.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Lobisomem (The Wolfman) - Dir. Joe Johnston – Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Hugo Weaving, Emily Blunt – 2010


Um famoso ator londrino (Del Toro) retorna a Blackwood, sua terra natal, a pedido da noiva de seu irmão, que estava desaparecido, mas ao chegar à casa de seu pai, o encontra morto por uma terrível fera que já matou vários habitantes.

O filme Lobisomem é uma refilmagem de The Wolfman, clássico de horror da década de 40. A versão de 2010 é dirigida por Joe Johnston, que como diretor não tem nenhum grande filme no currículo. Essa falta de experiência se mostra evidente em algumas soluções utilizadas no filme, como a repetidas acelerações no tempo para fazer a história andar. Além disso, as cenas que envolvem o lobisomem são sangrentas em excesso, e a grande quantidade de membros voando as vezes nos faz imaginar se não estamos diante de um filme de terror B que mascara a falta de enredo com cenas de violência extremamente gráficas. Talvez essa seja a causa pela qual o filme não convence. Lobisomem vale pelo elenco, com atores como Benicio Del Toro e Anthony Hopkins, que mostram, nas cenas em que o roteiro possibilita, porque são tão premiados, mas decepciona na fraca e previsível condução da história.

domingo, 15 de agosto de 2010

O Bem Amado - Dir. Guel Arraes – Marco Nanini, José Wilker, Caio Blat, Matheus Nachtergaele – 2009


O político Odorico Paraguaçu assume a prefeitura de Sucupira usando como base de sua campanha a promessa da construção de um cemitério, e após a conclusão da superfaturada obra, começa a buscar um defunto para inauguração, enquanto lida com a oposição do jornal local.

O Bem Amado, de Dias Gomes foi ao ar na década de 70, como a primeira novela a cores da televisão brasileira. Na produção, o papel principal era vivido por Paulo Gracindo. A história, que voltou como série televisiva na década de 80 e ficou quatro anos no ar tinha um contexto político muito importante quando foi lançada, e talvez isso tenha contribuído de forma positiva para seu sucesso na época. Na adaptação de Guel Arraes para o cinema, quem vive Odorico Paraguaçu é Marco Nanini, que assim como todo o elenco, tem uma atuação competente, mas um pouco teatral demais, à exceção de José Wilker, está excelente na pele do pistoleiro Zeca Diabo. Mas a atuação não salva o filme. Apesar de muito bem executado, O Bem Amado é um filme que cansa o espectador. Os diálogos são criativos e bem escritos, mas excessivos, tornado o filme muito “falado”, e após um tempo, as expressões peculiares que a princípio são divertidas, principalmente nos discursos de Odorico, aparecem com tanta freqüência que perdem o valor cômico e tornam-se repetitivas, e em alguns casos, difíceis de entender. E assim, passada a primeira hora de filme, temos a impressão que O Bem Amado é um filme onde nada acontece. São muitos personagens interessantes e capazes de serem explorados, mas a maioria é tratada de forma superficial e se torna dispensável. Quando é apresentada, por exemplo, a história de amor entre o personagem de Caio Blat e a filha de Odorico, vivida por Maria Flor, surge a esperança de que o filme “se movimente” pela possibilidade de conflito que a situação propõe, mas a história é praticamente deixada de lado e não interfere na trama em nenhum momento, podendo ser até excluída do filme sem nenhum dano a narrativa. O Bem Amado é um filme bem feito, sobre uma história que já se mostrou boa, mas que ao ser passada para o cinema, tornou-se cansativa e lenta. Talvez tenha sido mal adaptada, talvez tenha apenas envelhecido, o fato é que ela não sustenta, da forma como foi apresentada, as duas horas de filme.

sábado, 14 de agosto de 2010

Os Homens que Encaravam Cabras (The Men Who Stare at Goats) - Dir. Grant Heslov – George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges, Kevin Spacey – 2009

Após a esposa trocá-lo pelo chefe, o repórter Bob Wilton (McGregor) resolve ir ao Iraque em busca de uma matéria que lhe trouxesse orgulho e prestígio como jornalista. Lá ele conhece Lyn Cassady (Clooney), que diz ser ex-membro de uma unidade do exército chamada Soldados da Nova Terra, especializada em atividades paranormais.

Os Homens Que Encaravam Cabras, história baseada no livro homônimo de Jon Ronson, é uma comédia sobre uma unidade dentro do exército americano formada durante a guerra do Vietnã, que sob o comando de Bill Django (Bridges), um soldado que após retornar do campo de batalha abraça valores e costumes Hippies totalmente contrários às idéias do exército, passa a desenvolver treinamentos paranormais tendo a paz e a não violência como princípios. Esse é o primeiro grande filme de Grant Heslov como diretor, e logo na estréia ele já conta com elenco onde três dos quatro principais atores têm um Oscar (ou dois) na estante, e no longa essa experiência é clara na excelente atuação de Clooney, Bridges, Spacey e McGregor (único sem um Oscar até o momento). O filme é conduzido de uma forma ambígua, deixando sempre o repórter, vivido por McGregor, na dúvida se a história contada pelo personagem de Clooney sobre os Jedis (como os soldados da Nova Terra se auto-denominavam) era verídica ou apenas um delírio de um desses americanos meio loucos que as vezes vemos por aí. Ao terminar o filme ficamos com a clara impressão de que esse foi um trabalho que os atores e o diretor se divertiram fazendo, e o resultado disso é uma excelente sátira do militarismo americano.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Origem (Inception) - Dir. Christopher Nolan – Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt, Ellen Page, Ken Watanabe, Marion Cotillard – 2010


Dom Cobb (DiCaprio) é um especialista em invadir os sonhos das pessoas e roubar segredos. Ao receber uma proposta para uma missão até então considerada impossível, que consiste em ao invés de roubar, plantar uma ideia em um sonho, ele decide se arriscar a ir mais fundo do que jamais foi na mente de alguém, e acaba sendo obrigado a enfrentar seus próprios fantasmas.

“A Origem” é um projeto antigo de Nolan, mas só após o estrondoso sucesso de seus dois últimos filmes, os excelentes “Batman Begins” e “Batman, The Dark Knight”, ele conseguiu o prestígio necessário para uma empreitada tão arriscada. Arriscada por ser um filme onde a história alterna entre o ambiente dos sonhos e a realidade, e por isso, possibilita um gama quase infinita de possibilidades estéticas e narrativas. Esse mundo de opções pode levar o diretor a se perder em efeitos especiais e conceitos subjetivos e acabar com um filme de ficção sem muita personalidade. Mas acontece exatamente o oposto. Nolan constrói uma excelente trama, que intercala a ação e o enredo de espionagem com o drama pessoal de Cobb, vivido por DiCaprio, que sofre com a repetida aparição da falecida esposa (Cotillard) em suas missões no mundo onírico, obrigando-o enfrentar os fantasmas de seu subconsciente.

A liberdade de criação proporcionada por um mundo de sonhos aliada a experiência de Nolan em conflitos psicológicos, já que além dos dois Batman ele também assina a direção de “Amnésia”, (2000), gera uma trama envolvente e bem construída, com efeitos impressionantes não só pela perfeição técnica, mas pelo conceito em . Um elenco competente aliado a uma trama bem conduzida fazem de “A Origem” um filme imperdível.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Simplesmente Complicado (It’s Complicated) - Dir. Nancy Meyers – Meryl Streep, Alec Baldwin, Steve Martin – 2009



Na ocasião da formatura de um dos filhos, Jane retoma o contato com o ex-marido, casado com uma mulher bem mais nova. Esse contato reacende a antiga paixão entre os dois e os leva a iniciar uma complicada relação.

Nancy Meyers parece estar cada vez mais confortável nesse tipo de romance. Depois de Alguém Tem que Ceder e O Amor Não Tira Férias, a diretora mais uma vez se aproveita da fórmula que a consagrou: Um elenco muito competente e uma história leve e divertida. Mais uma vez a fórmula funciona. A história segue a mesma linha do Alguém Tem que Ceder, abordando as desventuras amorosas de personagens acima dos 50 anos, aparentemente bem resolvidos, com toda a sofisticação e independência que a experiência de vida que essa idade proporciona, algo não tão explorado nas recentes comédias românticas. A narrativa segue leve durante todo o filme, alternando momentos de romance e humor, e nem mesmo no que seria o clímax do longa tensão sobe... Mas isso não é ruim. A partir do momento em que aceitamos a temática leve e despretenciosa, o filme diverte prende a atenção. Vale a pena também pela interpretação muito divertida da dupla BaldwinStreep, e da presença do Steve Martin, que assim como Jack Black no Amor Não Tira Férias, nesse filme se distancia da atuação “pastelão” e contribui positivamente para trama.