terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Doze Homens e Uma Sentença (Twelve Angry Men) – Dir. Sidney Lumet – Henry Fonda, Lee J. Cobb – 1957


Doze jurados são encarregados de decidir o destino de um rapaz acusado de ter matado o próprio pai, e se for culpado, receberá a pena de morte, e ao discorrem sobre o assunto, descobrem que apenas um dos jurados não está convencido da culpa do rapaz. Inicia-se então uma discussão para definir o futuro do acusado.

Filme brilhante de Sidney Lumet, com uma trama e diálogos tão bem escritos, trabalho  creditado a Reginald Rose, que é capaz de prender o espectador pelos 96 minutos sem efeitos especiais, sem mortes, sem tiros, sem mesmo sair da sala dos jurados. Por estar sempre preso a uma sala, Lumet brinca com as posições e planos da camera, que em conjunto com o posicionamento dos atores, participa ativamente da narrativa, e da o tom da divisão dos jurados em relação ao caso. Outro recurso genialmente empregado é o uso de diálogos onde apenas um dos interlocutores permanece em quadro, enquanto os demais são apenas vozes, acentuando assim a impressão da mentalidade coletiva brigando contra o argumento de um solitário indivíduo. A atuação de Henry Fonda, como jurado numero 8, pois Lumet se preocupa em não nomear personagens, é outro ponto forte do filme, pois seu talento é essencial para convencer tanto seus colegas jurados como os espectadores de seus argumentos. Assim segue o longa, com Fonda, e Lumet, convencendo os jurados um a um de seus argumentos, onde cada jurado com características distintas, vai cedendo e entregando suas próprias fraquezas e preconceitos. E todo o filme é pensado para que isso ocorra dessa forma, desde um plano, logo no início, do acusado, que de cara já nos faz duvidar de sua culpa, até o terno branco usado por Fonda, que os difere dos demais jurados e atrai a atenção do espectador. “Doze Homens e Uma Sentença” concorreu a três Oscar em 1958, melhor diretor, melhor filme e melhor ator, todos perdidos para “A Ponte do Rio Kwai” de David Lean.

 

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